31 março 2017

O Vento me disse...#61 - Cilada para um marquês - Sarah MacLean

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Cilada para um marquês
Autora: Sarah MacLean
N° de páginas: 320
Editora: Gutenberg
Ano: 2016
Série: Escândalos e Canalhas
Skoob: Aqui

Sophie Talbot é conhecida pela Sociedade como uma das Irmãs Perigosas – mulheres Talbot que fazem de tudo para se arranjar com algum aristocrata. O apelido chega a ser engraçado, pois se existe algo que Sophie abomina é a aristocracia. Mas parece que mesmo não sendo uma irmã tão perigosa assim, o perigo a persegue por todos os lugares. Quando a mais “desinteressante” das irmãs Talbot se torna o centro de um escândalo, ela decide que chegou a hora de partir de Londres e voltar para o interior, onde vivia antes de seu pai conquistar um título. Em Mossband, ela pretende abrir sua própria livraria e encontrar Robbie, um jovem que não vê há mais de uma década, mas que jura estar esperando por ela. No entanto, ao fugir de Londres, seu destino cruza com o de Rei, o Marquês de Eversley e futuro Duque de Lyne, um homem com a fama de dissolver noivados e arruinar as damas da Sociedade. Rei está a caminho de Cumbria para visitar o odioso pai à beira da morte e tomar posse de seu ducado. Tudo o que ele menos precisava era de uma Irmã Perigosa em seu encalço. O Marquês de Eversley está convicto de que Lady Sophie Talbot invadiu sua carruagem para forçá-lo a se casar com ela e conquistar um título de futura duquesa. Já Sophie tenta provar que não se casaria com ele nem que fosse o último homem da cristandade. Mas e quando o perigo tem olhos verdes, cabelos claros e a língua afiada? Essa viagem será mais longa do que eles imaginavam…

Quem me conhece um pouco e acompanha o blog sabe a minha paixão pelos romances de época. Acredito que sabendo disso devem saber também que duas autoras são especiais para mim, Jane Austen e Julia Quinn. Por isso, devo começar apontando que Sarah MacLean definitivamente entrou para o meu top e se tornou especial para mim, ainda mais depois que li Cilada para um marquês - edição lançada pela Editora Gutenberg em 2016. Ela já tinha me encantado em Nove regras a ignorar antes de se apaixonar e Nunca julgue uma dama pela aparência, agora, só foi a confirmação. Para mim ela é uma das melhores autoras atuais de romance de época.

A principal causa que me fez amar às histórias da Sarah é a maneira como ela as desenvolve; sempre recheadas de romance, pitadas de humor ácido, doses picantes em algumas cenas e personagens femininos sempre à frente do seu tempo. Neste volume ela trás novamente todos esses elementos e escreve - mais uma vez - uma ótima história para os amantes de livros românticos de época.

"Depois que Jack Talbot se tornou Conde de Wight e toda Londres direcionou sua atenção e seu desdém para aquela família rude, sem refinamento, sem sofisticação aristocrática, os escândalos grudavam nos Talbot e assim permaneciam. Que a fortuna recém-formada do conde viesse do carvão, facilitava as piadas — as irmãs eram chamadas de “As Cinderelas Borralheiras“, e Sophie imaginava que os outros deviam considerar o som daquilo muito espirituoso, visto que os nomes delas eram, pela ordem, Seraphina, Sesily, Seleste, Seline e Sophie."

A trama gira em torno de Sophie, a filha mais nova entre as cinco irmãs Talbot (apelidadas de irmãs perigosas), que sempre estão envoltas em escândalos por possuírem personalidades, no minimo, extravagantes em relação aos membros da sociedade londrina do século XIX. Aliado a isso, é notório para todos que a sociedade só "aceita" a família Talbot por causa do pai das meninas que conseguiu um titulo de nobreza nas cartas e por sua grande riqueza adquirida das minas do carvão. Sophie, é considerada a mais "sem graça" de todas elas pois não possui a beleza das irmãs e não é tão talentosa e extravagante, apesar disso, ela apresenta uma força de espirito que simplesmente encanta e que a faz negar e odiar tudo aquilo que sua mãe e irmãs tanto adoram.  

Cansada de viver em um mundo de aparências e que nunca irá aceitá-la, a mesma decide voltar ao seu antigo lar, aquele em que foi "obrigada" a deixar e que apesar de simples era cheio de felicidade. O problema era que ela não avisou a ninguém e em sua fuga acabou encontrando e dependendo do arrogante - terrivelmente libertino e canalha - Rei, Marquês de Eversley e futuro duque de Lyne.

"Só que ela não o traiu. Ela teria feito qualquer coisa para ficar com ele ali, no centro daquele labirinto impossível. Para sempre."

Uma das coisas que mais me diverte neste enredo são as discussões entre a Sophie e o Rei, que são personagens com personalidades bem opostas, e que de sua maneira se completam. Definitivamente, o envolvimento dos dois é o ponto chave da trama (com direito a cenas bem, mais bem sensuais). Falando nos protagonistas tenho que destacar a Sophia, amei conhecê-la: seus desejos pela liberdade, pela vida mais simples e verdadeira, pelo seus sonhos (ter uma livraria para ser mais especifica) e seus medos e inseguranças. Enfim, fazia muito tempo que não me encantava e se identificava dessa forma com uma personagem feminina em um livro.

As criticas feitas aos costumes e a aristocracia da época também foram muito bem usadas pela autora, muitas delas aliás, foram empregadas com humor e me fizeram colocar um sorriso "besta" no rosto. Sobre o lado negativo, acredito que o único problema da trama, que é narrada em terceira pessoa, seja o seu final previsível, seguindo os clichês comuns já esperados em tramas do tipo e que corroborou para um final um pouco "apressado". Claro que isso não foi um grande problema para mim e tão pouco apaga a qualidade da história, mas, acho que isso pode ser um problema para algumas pessoas.

Sobre a edição física ela é simples e bem caprichada. A mesma teve sua diagramação inspirada em jornais da época e não lembro de ver erros graves de tradução e edição. Por hora, deixo os meus parabéns a editora pela capa, uma das mais bonitas que já vi entre os romances de época já lançados no Brasil.

Por fim, foi um prazer acompanhar essa história que é a primeiro volume da Série Escândalos e Canalhas. E não vejo a hora de ler o restante dos livros da Sarah, ela realmente sabe envolver o leitor e por isso não poderia deixar de indicar a leitura para aqueles que amam romances do gênero ou que queiram começar nesta aventura e não sabe por onde.

Lembre-se: não quero te encher de expectativas pois quando acontece isso, o livro na maioria das vezes perde o encanto. Mais fica aqui, minha recomendação de uma aventura romântica e divertida de se acompanhar.

"Quando os jornais de fofocas noticiassem os eventos daquela tarde, não seria a marquesa vendada a dominar as manchetes. Na verdade, seria o marquês profundamente apaixonado que, em um surto de adoração desenfreada, deixou o decoro de lado e beijou a esposa em plena luz do dia, na entrada de uma nova livraria em plena St. James."

Série Escândalos e Canalhas/II e III ainda não foram lançados no Brasil

29 março 2017

Quote da Semana - Cilada para um marquês

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O quote da semana é de um livro que terminei há pouco e que estou louca para falar mais sobre ele com vocês. Posso adiantar que é um livro romântico, engraçado, meio picante; simplesmente divino.

Livro: Cilada para um marquês
Autor(a): Sarah MacLean


Oh, céus. Ela não queria falar disso. Ela nunca pretendeu mentir para ele. Mas agora ela pareceria ridícula se confessasse a verdade — que Robbie não era o objetivo de sua jornada. Que a jornada começou sem objetivo até ela perceber que era pela liberdade.

Liberdade é uma das coisas que a Sra. Sophie Talbot mais deseja e para conseguir tal desejo ela irá se entregar à uma aventura simplesmente maravilhosa. Indico muito a leitura. :)

27 março 2017

Espaço Nacional - Amanda no país das vitaminas

20:24 0 Comments


A postagem de hoje é bem simples. Como sabem, no Espaço Nacional eu costumo divulgar obras de autores nacionais. Aproveitando que dia 31 de março é comemorado o dia da saúde e nutrição, a indicação de hoje é um "infantojuvenil" da Editora do Brasil. Amanda no país das vitaminas de Leonardo Mendes Cardoso é um livro que ensina de forma lúdica a importância da boa alimentação.

13 março 2017

O Vento me disse...#60 - Proibido - Tabitha Suzuma

20:00 20 Comments

Proibido
Autora: Tabitha Suzuma
N° de páginas: 304
Editora: Valentina
Ano: 2014
Skoob: Aqui
Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis. Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes. Eles são irmão e irmã. Com extrema sutileza psicológica e sensibilidade poética, cenas de inesquecível beleza visual e diálogos de porte dramatúrgico, Suzuma tece uma tapeçaria visceralmente humana, fazendo pouco a pouco aflorar dos fios simples do quotidiano um assombroso mito eterno em toda a sua riqueza, mistério e profundidade.

Meu primeiro contato com Proibido da Tabitha Suzuna foi em meados de 2013 através de uma tradução amadora em pdf realizada por um leitora brasileira. E mesmo a tradução não sendo 100% dava para notar que o livro não era só mais uma simples história, e foi um fato que ele me emocionou profundamente. Assim, como também foi fato que apesar de já ter o físico (lançado pela Valentina em 2014) há quase um ano guardado na estante, não tive a coragem de reler essa história... não até essa semana.

Tenho que adiantar que isso aconteceu não pelo livro ser ruim, muito pelo contrário. Proibido possui aquelas histórias que simplesmente terminamos e ficamos pensando naqueles personagens, no que eles passaram; sentimos o que eles sentiram, entende? Os "se's" continuaram na minha cabeça por muitos dias e me peguei diversas vezes me questionando como seria se tudo fosse diferente.

"Aos cinco anos ela já aceitou uma das mais duras lições da vida: que o mundo não é justo..."

O livro possui dois locutores que intercalam a narração. Maya e Lochan são os protagonistas, são irmãos, amigos, companheiros... são pecadores. Condenados por sentirem emoções que irmãos não deveriam sentir um pelo outro. Isso mesmo, vocês não entenderam errado, o livro aborda o incesto - o envolvimento sexual entre pessoas do mesmo sangue. Sei que muitos são mais sensíveis e de cara já devem parar por aqui e não vão querer saber nada, afinal, quando posto em realidade é absurdo e nojento uma coisa dessas, no entanto, se você decidiu seguir mesmo pensando assim (foi o que pensei também e ainda continuo pensando), preparem-se para acompanhar uma história dramática que vai além do certo ou errado. 

Maya está prestes a fazer 17 anos, Lochan está perto dos 18. Juntos eles cuidam dos três irmãos mais novos, da casa, dos estudos e deles mesmos. Filhos de um pai que os deixou há tempos e de uma mãe cada dia mais bêbeda e distante, os dois lutam para manter todos juntos e não em um instituição social do governo. As obrigações são muitas e a vida é complicada. Eles estão sempre no limite e acabam sendo afetados de alguma maneira. Seja como o Kit, filho do meio, que anda com quem não presta e sempre se rebela, seja como os menores Willa e Tiffin, que acabam sofrendo sem o carinho de mãe, seja como a Maya que por possuir obrigações de uma adulta não pode ser uma adolescente "normal" ou como o Lochan que acaba sofrendo de uma fobia social que o impede de se socializar na escola.

É nesse caos que os protagonistas acabam criando uma ligação que vai além do que se é permitido. Não foi algo planejado ou que foi logo percebido, foi algo que de repente estava ali. Por isso não pensem que foi fácil para eles aceitarem esses sentimentos que por diversas vezes foram negados. No entanto, as coisas chegaram a um ponto em que os dois já não conseguiam se ver da mesma forma que antes.

"O trimestre se arrastra. As obrigações são muitas, o tempo curto: os trabalhos continuam se acumulando, eu me esqueço de ir ao mercado, Tiffin precisa de uma calça nova, Willa precisa de sapatos novos, as contas a pagar vão se acumulando, mamãe perde de novo o talão de cheque. Como ela está se afastando cada vez mais da vida familiar, Maya e eu dividimos tacitamente as tarefas...".

É bem verdade que a trama não possui grandes reviravoltas e passa boa parte da história narrando o cotidiano dos irmãos que tentam sobreviver aos problemas, ao tempo em que veem o relacionamento deles mudarem. Por isso, adianto que não procurem muitas ações nesse volume e já esperem uma lentidão no começo da história. Apesar dessa demora inicial, quando o cerne da história começa a ser realmente desenvolvido é praticamente impossível parar à leitura.

Não quero entrar em questões morais e/ou religiosas por isso encarei a trama simplesmente como uma história de amor. Julguei menos, condenei menos e me emocionei mais! É como diz no livro, "como uma coisa tão errada pode parecer tão certa?". Queria que as coisas tivessem terminado de uma maneira diferente, mais sei que a beleza da obra está também no seu fim trágico (de deixar o  mestre dos amores impossíveis William Shakespeare orgulhoso).

"O que acabou de acontecer foi mágico, e ao mesmo totalmente natural, como se no fundo eu sempre soubesse que esse momento chegaria, embora nunca, nem uma vez se quer, tivesse me permitido pensar conscientemente nele, imaginá-lo sob qualquer aspecto".  

Sobre a edição da Editora Valentina eu gostei bastante. Ela possui uma diagramação simples e bem bonita, o início dos capítulos são bem legais e não lembro de ver erros de revisão ou tradução. As folhas são amareladas e a fonte do tamanho certo (nem grande e nem pequena demais). Ahhhh e o que dizer dessa capa? Maravilhosa!

Por fim, preparem-se para se emocionar, questionar, chorar, ter esperança, se revoltar, julgar... e aceitar que nem sempre as coisas acontecem como se é o esperado por você, por mim, pela sociedade. Quando assim o fizer, verá que as mais belas histórias de amor não só são aquelas dos casais "perfeitos" e dos felizes para sempre. Existe um lado imperfeito que também é intenso e que nos mostra que o sentir é a coisa que mais nos marca na vida, e que a morte é a responsável por eternizar ela.

Proibido já está eternizado e definitivamente é um dos meus livros favoritos!!!

11 março 2017

Meu Top 3 - Autoras para se ler no mês das mulheres

00:30 6 Comments

Dia 8 de março é um dia que vai além da comemoração - cheio de flores, bombons e maquiagens. É um dia político que devemos lembrar e lutar pelo protagonismo da mulher na sociedade. O que vem sendo conquistado a cada dia através das adversidades que só nós mulheres sabemos.

O blog apesar de não estar participando de nenhum projeto especial esse mês, focará bastante em obras/temas que envolvam as mulheres. Por isso, a postagem de hoje será o meu top 3 das autoras que mais gosto e que acho que deveria ter suas histórias lidas nesse mês tão especial. Então, vamos lá?

1. Jane Austen


A primeira delas é a autora Jane Austen. Nascida no século XVIII a autora teve uma educação nos moldes tradicionais ingleses, mesmo assim, ela procurou colocar em suas obras, mulheres fortes que de certa maneira estiveram a frente do seu tempo. Não é a toa que é considerada uma das grandes escritoras inglesas.

09 março 2017

Quote da semana - Proibido

00:00 2 Comments



O quote da semana é de um livro muito especial para mim. Ele tem uma temática forte e ao mesmo tempo é bem sensível. Proibido da Tabitha Suzuma é incrível, quem já leu sabe o que estou falando.

Livro: Proibido
Autor(a): Tabitha Suzuma

"Passo a maior parte do tempo rindo de piadas de que não acho a menor graça, dizendo coisas que não penso nem sinto - porque, no fundo, é o que todos estamos tentando fazer: nos adaptar, de um jeito ou de outro, fingir desesperadamente que somos todos iguais". 


Essa semana farei a resenha desse livro que é simplesmente maravilhoso!!!! Aguardem. Por hora, vocês já ouviram falar nele? Já leram?

07 março 2017

Book Tag - Livros não lidos

00:00 0 Comments

Oi gente, como vão? Hoje irei responder uma tag que vi no blog Llave de tinta. Achei a tag super interessante pois consiste em escolher livros que por diversos fatores acabamos não lendo. Né legal? Então, se quiser responder em seu blog fique a vontade.

1. Livro que não conseguiu terminar:

Lições de Vida da Anne Tyler é maçante do início ao fim. Apesar disso, insisti na leitura de alguns capítulos, no entanto, perto da metade eu larguei de lado. Um dos poucos que abandonei e nunca mais voltei.

2. Livro que você quer ler mais que não teve tempo:

Vários poderiam estar aqui, por hora, estou querendo ler As cordas mágicas de Mitch Albom. A sinopse e a capa me chamam bastante atenção. Espero ter tempo para ler ele.

05 março 2017

O Vento me disse...#59 - Baía da Esperança - Jojo Moyes

00:09 10 Comments

Baía da Esperança
Autora: Jojo Moyes
N° de páginas: 301
Editora: Intrínseca
Ano: 2015
Skoob: Aqui

Liza nunca conseguiu fugir do passado. Mas nas praias paradisíacas da encantadora comunidade de Silver Bay ela ao menos encontrou a liberdade e a segurança que procurava se não para ela, para sua filha pequena, Hannah, até que Mike Dormer se hospeda no hotel que Liza administra com a tia.Um perfeito cavalheiro inglês, com roupas elegantes e olhar sério, Mike pode significar o fim de tudo que Liza trabalhou arduamente para proteger: não apenas o negócio da família e o lugar que tanto gosta, mas principalmente a convicção de que ela nunca amaria nem seria digna de amor outra vez.

Jojo Moyes é a autora de Como eu era antes de você, um dos meus livros favoritos, por causa disso decidi conhecer mais dos seus livros e há pouco tive a oportunidade de ler Baía da Esperança (versão 2015 da Intrínseca). No geral, posso adiantar que apesar de não ter me agradado tanto, o enredo foi muito bem escrito. Mais vamos ao que interessa.

A trama acontece em Silver Bay, litoral australiano. Lá vive três gerações de mulheres: Kathleen - uma senhora dona de um antigo hotel, Liza - uma mulher que já passou por situações bem complicadas, e Hannah - uma garotinha que é filha da Liza. As três vivem no pequeno hotel Baía da Esperança e veem as suas vidas mudarem quando um misterioso inglês se hospeda no local.

Mike Dormer saiu da Inglaterra com o objetivo de analisar a região de Silver Bay para a construção de um hotel de luxo. Inicialmente, ele só pensava no lucro e no crescimento profissional, contudo, a partir do momento em que ele conhece os moradores (especialmente a Liza) as coisas mudam de perspectivas. Ninguém sabe os verdadeiros motivos dele e a medida que ele tenta reverter a situação às coisas acabam se complicando.

Confesso que alguns pontos fizeram com que essa trama fosse inferior ao outro livro que já li da autora - como eu era antes de você. Entre eles, o excesso inicial de descrições de locais e tudo que envolve o mundo da pesca/mar e o fato da obra ser narrada de forma intercalada por vários personagens (não só os protagonistas). É bem verdade que cada início de capítulo vem com o nome do personagem e a trama é narrada em primeira pessoa (o que ajuda bastante nesse tipo de narrativa), mais confesso que tive que voltar algumas vezes para saber quem estava narrando e sinceramente? achei bem maçante.

Sobre a história ela realmente demora a engrenar, comecei a gostar mesmo a partir do momento em que o romance entre a Liza e o Mike acontece e um segredo que rodeia a protagonista é revelado/explorado (apesar de achar o desfecho bem clichê). Foi nesse momento que passei a ter um pouco mais de conexão com a personagem, aliás, devo apontar que isso foi algo que afetou a maneira como encarei a leitura, poucos personagens me conquistaram de cara. 

Apesar desses fatos é curioso ver como a autora já dava sinais que seria uma grande escritora (Baía da Esperança foi um dos primeiros livros que ela escreveu). A maneira como ela escreve realmente nos transporta para aquele cena, sentimos cada momento de felicidade, de angústia e de tristeza. 

Por fim, mesmo o livro não sendo um dos melhores da autora, ela nos brinda com uma história com toques de romance e de drama que realmente entretém o leitor. Além do mais, é interessante ver o quanto a autora evoluiu durante os anos. Por isso, indico a leitura para aqueles que já conhecem a escrita da Jojo Moyes e para aqueles leitores que procuram um livro para ler sem grandes expectativas. 

Observe o mar por tempo suficiente, seus humores e suas exaltações, suas belezas e seus terrores, e você terá todas as histórias de que precisa, de amor e perigo e daquilo que a vida nos traz em suas redes. E do fato de que às vezes não somos nós que estamos no leme, e não podemos fazer mais do que confiar em que tudo vai dar certo.