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11 outubro 2024

O Vento me disse...#94: Não era pra ser uma história de amor - Sarah Adler

14:11 0 Comments

 



NÃO ERA PRA SER UMA HISTÓRIA DE AMOR 

Autora: Sarah Adler

N° de páginas: 304

Editora: Arqueiro

Ano: 2023

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Uma viagem improvável reúne um escritor cínico, uma eterna romântica e uma urna funerária, mudando suas vidas para sempre. Millicent Watts-Cohen tem uma missão a cumprir. Determinada a reafirmar o poder duradouro do amor, ela decide levar as cinzas da Sra. Nash, uma idosa de 98 anos que se tornou uma grande amiga, de Washington até a Flórida. Seu objetivo: reuni-la, ainda que simbolicamente, ao grande amor de sua vida, oitenta anos depois.Mas as coisas não saem como previsto por Millie. Depois que uma pane geral no sistema de aviação cancela todos os voos, ela acaba pegando uma carona com Hollis Hollenbeck, um antigo colega do seu ex, que está indo de carro até Miami. Ele é um escritor enfrentando um bloqueio criativo e certamente não acredita no clássico “felizes para sempre”.Ao longo de muitos quilômetros de estrada, enquanto os dois discutem sobre a playlist ideal para a viagem e lidam com restaurantes exóticos, uma pousada de gosto duvidoso, um festival de brócolis e um cervo histérico, Millie começa a suspeitar que seu relutante parceiro pode gostar mais da companhia dela do que deixa transparecer.E, quanto mais perto eles chegam do destino, mais ela se vê forçada a admitir que essa viagem não é apenas sobre a história de amor da Sra. Nash – talvez seja sobre a dela também.


Não era pra ser uma história de amor de Sarah Adler que foi publicado no Brasil pela Editora Arqueiro, é uma daquelas leituras que te proporciona uma história leve, algumas risadas e de quebra, te faz refletir sobre o amor e suas surpresas.  A trama gira em torno de Millicent, uma ex-celebridade mirim com uma missão um tanto peculiar: levar as cinzas de sua amiga de 98 anos, Sra. Nash, de Washington até a Flórida, para reuni-la simbolicamente com o grande amor de sua vida.


A viagem, que já começa com um toque de comédia/desastre devido a uma pane no sistema de aviação, se torna ainda mais interessante quando Millie pega carona com Hollis Hollenbeck, um escritor cínico que vem enfrentando um bloqueio criativo, que além de ser um ex-colega de seu ex-namorado é totalmente o oposto de Millie em relação as crenças sobre o amor. Tenho que dizer que esse início me lembrou o filme "Forças do destino", protagonizado por Sandra Bullock e Ben Affleck nos anos 90, obviamente, as histórias são diferentes mas tenho que já adiantar que esse clima de "filme de sessão da tarde" permeia a trama.


Ao acompanhar essa jornada dos protagonistas, vamos acompanhando diálogos espirituosos, situações divertidas (como um festival de brócolis e um cervo histérico), e momentos de introspecção que fazem o leitor torcer pelo improvável casal. A química entre Millie e Hollis é palpável, e é impossível não se envolver com suas discussões. De modo geral, o que mais gostei foi o fato de não ter tantas situações dúbias em que os personagens querem uma coisa e fazem outra, acho que eles são até bem diretos no que desejam. 


Sarah Adler consegue equilibrar humor e emoção, criando personagens autênticos e adoráveis. A escrita é leve e envolvente, perfeita para quem busca uma leitura descontraída, mas com uma boa dose de profundidade. O livro narra não só as vivências dos protagonistas como também volta no tempo mostrando um pouco sobre o amor da Sra. Nash na época da guerra e tal, acredito que essa escolha foi interessante pra gente ter mais empatia pela jornada da Millie em levar as cinzas da amiga. Apesar dos pontos favoráveis preciso confessar que demorei um pouco pra terminar a leitura (parei ela umas três vezes), mas não consigo dizer se foi pela narrativa da autora ou se simplesmente não estava tão no clima. Nesse sentido, deixo com vocês a decisão da leitura dessa história.


Por fim, acredito que a mensagem final de Não era pra ser uma história de amor, de que o amor pode surgir nos momentos mais inesperados e de que vale a pena acreditar nele, foi transmitida perfeitamente. Recomendo para quem está em busca de um romance leve e cheio de ❤️.





19 agosto 2024

O Vento me disse...#93: A Verdade sobre amores e duques - Laura Lee Guhrke

10:00 0 Comments


A VERDADE SOBRE AMORES E DUQUES 

Autora: Laura Lee Guhrke

N° de páginas: 320

Editora: Harlequin Books

Ano: 2018

Série: Querida conselheira amorosa #01

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Henry Cavanaugh, duque de Torquil, anseia por uma vida ordenada e previsível. A única que o ajuda com isso era a mãe... até ela se apaixonar por um artista e decidir seguir o conselho amoroso de Lady Truelove, largando tudo para seguir os desejos do coração. Agora Henry vai exigir que a mulher mexeriqueira que deu aquele conselho imprudente o ajude a impedir que o nome da sua família acabe na lama.Irene Deverill é o que a sociedade londrina considera uma ovelha negra: dirige o jornal da família, é uma solteirona e tem orgulho disso! Mas ninguém sabe que ela possui um grande problema nas mãos: o duque de Torquil demanda que ela o ajude a resolver os problemas da sua família. Esse relacionamento forçado fará despertar nela sentimentos que nunca pensou possuir.



    A Verdade sobre amores e duques é um romance de época que mistura drama e romance, que foi escrito por Laura Lee Guhrke. Publicado em 2018 pela Editora Harlequin Books, a história gira em torno de Henry Cavanaugh, o duque de Torquil, e Irene Deverill, uma mulher independente que dirige o jornal da família. 


    Henry é um homem que preza pela ordem e pela reputação da família, ele vê sua vida virar de cabeça para baixo quando sua mãe decide seguir os conselhos amorosos de Lady Truelove, uma colunista de conselhos amorosos que faz parte do jornal da Irene. A mãe de Henry se apaixona por um artista e decide largar tudo para seguir seu coração, o que leva Henry a confrontar Irene para resolver essa "bagunça".


    A querida Irene (ou a própria Lady TrueLove) é uma mulher à frente de seu tempo, que ao comandar o jornal da família sustenta não só uma irmã como também o pai alcoólatra. Ela não tem vergonha de ser uma "solteirona" como muitos apontam, pelo contrário, ela se mostra uma mulher espirituosa e determinada, que luta pelos direitos das mulheres, é independente e não tem medo de enfrentar o duque e sua arrogância.


    O ambiente que a autora nos apresenta une elementos essenciais para as leitoras que gostam de tramas de época. Romance, diálogos afiados e situações cômicas que equilibram os momentos mais tensos, protagonistas que não se gostam e depois vão construindo um caminho, despertando uma tensão que ambos não esperavam. Para mim, essa construção é um dos pontos positivos dessa história, pois quanto mais vou envelhecendo, mais as histórias de amores a primeira vista não me agradam tanto. Então, quando a narrativa demora um pouco mais pra desenvolver o romance, ela é mais crível para mim. Nesse sentido, penso que algumas pessoas podem não apreciar tanto a forma como a autora conduz a história ou até certos personagens. 


    Falando neles, acho que o mais "odioso" deles é o mocinho, o duque possui atitudes realmente detestáveis. Acusa a mocinha por coisas que ela não tem culpa, é arrogante, se acha no direito de certas coisas e que a mocinha deve ceder as suas vontades simplesmente por ele ser um homem aristocrata. Enfim, é inegável que muitas das suas atitudes podem ser consideradas machistas (especialmente quando analisadas sobre o nosso olhar atual). Todavia, acredito que o público que ama romance de época, assim como eu, consegue entender o contexto e todo o universo narrado, até porque o livro não apresenta nenhuma atitude tão grave, além de mostrar uma evolução do personagem que com o tempo vai mostrando um lado mais vulnerável e apaixonado. 


Os capítulos serem alternando entre os pontos de vista de Henry e Irene, nos permite entender melhor as motivações e os sentimentos de cada um. Isso adiciona uma profundidade à trama, pois, conseguimos ver como cada personagem lida com os fatos que vão acontecendo.



    A Verdade sobre amores e duques é uma boa leitura para quem gosta de romances de época com protagonistas fortes e teimosos. Laura Lee Guhrke nos entrega um romance que une elementos já conhecidos e adiciona outros que tentam diferenciar a trama das demais. Não diria que é um dos meus favoritos, mas também não diria que tem uma história ruim. Recomendo especialmente para quem já curte o gênero. 

12 agosto 2024

O Vento me disse... #92: O jogo do amor/ódio - Sally Thorne

20:54 0 Comments


O JOGO DO AMOR/ÓDIO 

Autora: Sally Thorne

N° de páginas: 400

Editora: Universo dos livros

Ano: 2017

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Sally Thorne surge na cena literária apresentando um ambiente de trabalho hilário e sensual em uma comédia sobre aquela conhecida linhazinha tênue entre o amor e o ódio. Lucy Hutton e Joshua Templeman se odeiam. Não é desgostar. Não é tolerar. É odiar. E eles não têm nenhum problema em demonstrar esses sentimentos em uma série de manobras ritualísticas passivo-agressivas enquanto permanecem sentados um diante do outro, trabalhando como assistentes executivos de uma editora. Lucy não consegue entender a abordagem apática, rígida e meticulosa que Joshua adota ao realizar seu trabalho. Ele, por sua vez, vive desorientado com as roupas coloridas de Lucy, suas excentricidades e seu jeitinho Poliana de levar a vida. Diante da possibilidade de uma promoção, os dois travam uma guerra de egos e Lucy não recua quando o jogo final pode lhe custar o trabalho de seus sonhos. Enquanto isso, a tensão entre o casal segue fervendo, e agora a moça se dá conta de que talvez não sinta ódio por Joshua. E talvez ele também não sinta ódio por Lucy. Ou talvez esse seja só mais um jogo.



O Jogo do amor/ódio da autora Sally Thorne, publicado no Brasil pela Universo dos Livros,  é uma comédia romântica que narra a relação conflituosa entre Lucy Hutton e Joshua Templeman, dois assistentes executivos de uma editora que se odeiam desde o primeiro dia de trabalho. Eles vivem em uma constante disputa de poder, jogos psicológicos e provocações, até que surge a oportunidade de uma promoção que os coloca em uma competição ainda mais acirrada. Entretanto, conforme eles se conhecem melhor, eles percebem que talvez o ódio que sentem um pelo outro seja apenas uma máscara para uma atração irresistível.


A trama é daquelas já bem conhecidas que reúne um "Enemies to Lovers" maravilhoso e bem divertido. A autora soube criar uma química incrível entre os protagonistas, que são personagens bem construídos e carismáticos. Lucy é uma mulher inteligente, otimista e determinada que tem um senso de humor sarcástico e uma personalidade forte. Joshua é um homem sério, metódico e exigente que esconde um lado gentil, sensível e protetor. Os diálogos entre eles são ágeis, irônicos e repletos de tensão sexual. O leitor se diverte com as brigas, os desafios e as provocações que eles trocam, mas também se emociona com os momentos de vulnerabilidade e carinho que eles compartilham.


O livro é um prato cheio para quem ama romances leves, divertidos e apaixonantes. Além disso, a autora também consegue trazer alguns temas mais "sérios", abordando desde  relacionamentos familiares ao próprio crescimento pessoal dos protagonistas. É muito bom acompanhar o desenrolar da trama, tanto que nem percebemos as quase 400 páginas que são narradas em primeira pessoa pela Lucy. 



O Jogo do Amor/Ódio é um livro que consegue equilibrar o humor, o drama e o romance de forma muito bacana. Definitivamente, a história é perfeita para quem procura uma leitura rápida, divertida e despretensiosa. 


07 fevereiro 2022

Carta ao leitor(a): Algo Maravilhoso - Judith McNaught

18:27 0 Comments


Querido (a) leitor (a), 

Estou eu aqui novamente pra te dizer o que achei de mais uma leitura, que por sinal, tive um contato inicial há sei lá... 10 anos. Isso mesmo, a primeira vez que li Algo Maravilhoso foi lá pra 2011/12 quando comecei a realmente me interessar por livros de época e me encontrei com os enredos da Judith McNaught. Mais os motivos de ter demorado tanto pra falar sobre ele? Nem sei direito mas acho que por ser uma história antiga e por de fato não ter tido contato com o formato físico dele - sendo que o livro foi lançado originalmente na década de 1980 - me fizeram demorar tanto pra falar sobre ele. Algo que compensei recentemente quando comprei a edição lançada pela Bertrand Brasil - que por falar nisso tem uma das capas mais lindas dos romances de época que vem sendo publicados nos últimos anos no país; depois eu mostro pra você a capa desse livro e dos outros que fazem parte da série Sequels, tenho certeza que você vai querer comprar nem que seja pra enfeitar a sua estante, estou certa? 

Mais falando sobre o enredo de Algo Maravilhoso tenho que adiantar uma coisa, apesar da Judith ter uma maneira de escrever que te prende naquele universo, ela também é até certo ponto bem fiel ao contexto histórico da narrativa, então, não pensem que a protagonista terá atitudes que pra muitos de nós, leitoras, poderíamos pensar: "- é a fod***, essa mulher que é decidida, a frente do seu tempo, sabe o que quer, uhhu girl power... Blábláblá... Atitudes essas que achamos interessantes e que até são boas para acompanhar (e que encontramos bastante nos romances de época que vem sendo escritos recentemente), estamos falando de um livro lançado em 1989 que segue o contexto da sociedade aristocrática inglesa do século XIX, então, veremos uma mocinha com atitude? Sim! Um mocinho conquistador? Também. Mais também veremos uma protagonista inocente até não poder mais e um galã com atitudes um pouco machista, ou seja, o que eu quero te dizer é que se prepare pois você pode não gostar de algumas atitudes (ou a falta delas). Pontuando isso, vamos ao que realmente interessa. 

Alexandra Lawrence, ou simplesmente Alex para os íntimos, desde muito cedo não teve uma vida muito fácil, só que as coisas pioram quando o pai dela acaba morrendo e todos descobrem que ele tinha outra família. Ela então acaba tendo que se virar para manter os custos de uma casa falida, uma mãe amargurada e empregados bondosos que já estão mais próximos da morte do que da vida, se é que me entende.. rs Brincadeiras a parte, a situação financeira da coitada é 'barril' demais, mas tudo muda quando em uma situação no mínimo curiosa, ela conhece Jordan Addison Matthew Townsende. Por essa ruma de nome você já deve ter imaginado que o homem não é pouca coisa né, pois num é mesmo, ele é o duque de Hawthorne.

Resumindo tudo, ela acaba salvando a vida dele e ele acaba se casando com ela. O problema é que Jordan teve algumas experiências na vida que o levaram a não ver às relações matrimoniais como algo romântico e apesar do que aconteceu na vida de Alex, ela não viveu o suficiente dentro da sociedade aristocrática para entender o quão duro ela pode ser. Tentando proteger a esposa desse mundo,  Jordan acaba não contando sobre seu passado, o que se torna um erro, ainda mais quando ele acaba sendo dado como "morto" e sua esposa fica exposta para um mundo que não hesita em lhe mostrar o outro lado da moeda e porque não... do seu marido. 

Uma das coisas que mais gosto nas tramas da Judith é o fato dela mostrar diferentes fases da vida dos personagens de modo que somos levados a conhecer os motivos que fizeram cada um seguir por determinado caminho e como esse todo acaba construindo os personagens, em Algo Maravilhoso isso é visto com muita facilidade. Além disso, o modo como a autora consegue transformar um enredo aparentemente simples em algo que realmente desperta emoções é realmente de se aplaudir, teve momentos que eu queria entrar no livro e dizer: "- Acordaaaa besta, aproveita mas desconfia que quando a esmola é muita o santo desconfia." "- Tu é idiota o tempo todo ou só quando tá acordado?" "Poxa vida, pra que tanto mal-entendidos? A boca não foi feita só pra devorar a boca de outro, também serve pra conversar cara***!". rsrs Revoltas a parte, querido (a), nos momentos em que o amor reinava era aquela melação que a gente até pode achar meio brega mais que no fundo a gente adoraaa! 😎 

Assim, entre momentos de tensão, reviravoltas, raiva e de muito romance vamos lendo as mais de 400 páginas dessa história que foi escrita há mais de 30 anos e que ainda assim encanta novas gerações. Se você me perguntar se é o melhor livro de época da autora? Eu teria que responder que não pois existe 'Whitney, meu amor' no caminho e que é um dos meus xodós. Mais se recomendo a leitura? Claro que sim. Especialmente se você costuma ler romances desse gênero e procura por Algo Maravilhoso para se encantar.


P.S. Olha como as capas dessa série são bonitas, não te disse?! 



Espero que goste da leitura, 


Nah 

01 fevereiro 2022

O Vento me disse... #91 - Evidências de uma traição - Taylor Jenkins Reid

11:54 0 Comments


EVIDÊNCIAS DE UMA TRAIÇÃO
Autora: Taylor Jenkins Reid
N° de páginas: 101
Editora: Paralela
Ano: 2021
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Querido estranho...

Uma jovem desesperada no sul da Califórnia se senta para escrever uma carta para um homem que ela nunca conheceu – uma escolha que mudará sua vida para sempre.
Meu coração te pertence, David. Mesmo sabendo que eu não te conheço...
Pouco a pouco, a correspondência entre Carrie Allsop e David Mayer revela os detalhes de um caso devastador entre seus cônjuges. Ao longo das cartas, eles confessam seus medos e compartilham sentimentos escondidos no fundo de suas almas, tentando decidir como seguir em frente.
Contada inteiramente por meio de cartas, Evidências de uma traição é uma história de decepções, mágoas e segredos, mas também de perdão e recomeços, e de como, no caso de algumas pessoas, a dor pode libertar.



Querido (a) leitor (a),

Evidências de uma traição foi a minha segunda leitura do ano e a primeira vez que tenho contato com a escrita da Taylor Jenkins Reid. Nele pude encontrar a história de uma jovem mulher, chamada  Carrie Allsop, que depois de descobrir que seu marido, chamado Ken vulgo "idiota e traíra dos infernos", a está traindo decide enviar uma carta contando tudo para David Mayer, o marido da amante do seu marido.

A partir desse momento e praticamente em 100 páginas podemos ver a troca de cartas entre todos os personagens - incluindo as cartas dos respectivos amantes - e como eles vão compartilhando seus sentimentos, emoções e vivências que levaram a estarem nessa situação familiar complicada, além de discutirem como seguiram em frente.  

Tudo se passa nos últimos anos da década de 1970 nos Estados Unidos e apesar de, a princípio, parecer uma coisa "novelesca" logo estamos mergulhados na história e dizendo, peraí! Isso não é irreal. O que será que aconteceu nessa parte aqui e que não foi explicado? É nesse momento então que você se pega com raiva de algumas falas, fica feliz em ver que existe conforto e amizade, intrigada e já fazendo algumas suposições que se confirmam ao longo do caminho e outras que nos surpreendem.

Não vou explicar demais pois o melhor de uma história é descobrir por si só o que de melhor ela tem, por hora, foi um prazer acompanhar como a protagonista, através de suas escolhas, conseguiu ter sua vida de volta - apesar de que gostaria que fosse fornecido mais informações no final.

É querido leitor, nem sempre uma história nos agrada, ainda mais quando ela nos leva a refletir sobre os erros que são inerentes a nós, humanos. E Evidências de uma traição nos faz refletir um pouco sobre isso. No final das contas, a minha experiência com essa novela epistolar - que consiste de uma técnica literária que desenvolve a história principalmente por meio de cartas - foi interessante e super agradável (li a história em pouco mais de uma hora) e por tratar de uma temática até polêmica [a infidelidade] me marcou de alguma forma. Definitivamente não foi daquele tipo de livro que você lê e uma semana depois já nem lembra o que falava a história, sabe? 

A narrativa e a história conseguiram me manter curiosa até o final e mesmo a leitura sendo algo despretensiosa me fez questionar: o que eu faria dentro daquele contexto? Será que é possível encontrar situações  e personagens como esses hoje em dia?  

Por isso, se você chegou até aqui e tem um dinheirinho pra conferir a obra, ela foi lançada pela Editora Paralela e está disponível em e-book pela Amazon (clica aqui). Espero que você possa ter sua opinião sobre o livro e quem sabe possa me dizer também o que achou. 


Te vejo numa próxima, 


Com amor 


Nah 😘





21 dezembro 2020

O Vento me disse... #90 - A Garota do Calendário: fevereiro - Audrey Carlan

15:35 0 Comments


A GAROTA DO CALENDÁRIO: FEVEREIRO
Autora: Audrey Carlan
N° de páginas: 130
Editora: Verus
Trilogia:  A garota do calendário #02
Ano: 2016
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Compre: Aqui

Ela precisava de dinheiro. E nem sabia que gostava tanto de sexo. O fenômeno editorial do ano e best-seller do New York Times, USA Today e Wall Street Journal. Mia Saunders precisa de dinheiro. Muito dinheiro. Ela tem um ano para pagar o agiota que está ameaçando a vida de seu pai por causa de uma dívida de jogo. Um milhão de dólares, para ser mais exato. A missão de Mia é simples: trabalhar como acompanhante de luxo na empresa de sua tia e pagar mensalmente a dívida. Um mês em uma nova cidade com um homem rico, com quem ela não precisa transar se não quiser? Dinheiro fácil. Parte do plano é manter o seu coração selado e os olhos na recompensa. Ao menos era assim que deveria ser... Em fevereiro, Mia vai passar o mês em Seattle com Alec Dubois, um excêntrico artista francês. No papel de musa, ela vai embarcar em uma jornada de descobertas sexuais e lições sobre o amor e a vida que permanecerão com ela para sempre.




Na procura por uma leitura rápida que me fizesse entrar no clima literário - que perdi durante este ano - decidi entrar no mundo de Audrey Carlan, mais precisamente no mundo da Mia Saunders, A Garota do Calendário. É provável que você já tenha visto ou lido algo dessa série que é composta por 12 livros e que a cada volume apresenta às descobertas da protagonista em um mundo como acompanhante de luxo.

Eu comecei lendo pela segunda edição, A Garota do Calendário: fevereiro, e apesar das histórias não precisarem ser lidas em ordem e das informações básicas do enredo serem retomadas, acho que o melhor é começar pelo primeiro livro pois fica mais fácil de compreender o que levou Mia a trabalhar como acompanhante, o que aconteceu com os pais dela e quais as responsabilidades que a levaram a ser quem é.

Desse modo, tenho que começar pontuando que a trama realmente é rápida e tem uma temática bem promissora, afinal, como será que a personagem vai conseguir manter seu corpo e coração protegido em um mundo de possibilidades, vaidades e riquezas? 

Apesar disso, tenho que confessar que algumas coisas deixaram a desejar. Primeiro, mesmo sendo uma trama para o público adulto (+18) eu acho que a autora pecou no desenvolvimento dos diálogos, que foram praticamente nulos entre os protagonistas e que quando presentes eram envoltos de cenas sexuais que não trazia muita realidade aos personagens, algo que me desagradou em alguns momentos. E mesmo que o livro tenha uma determinada proposta, acredito que isto poderia ser melhor balanceado pela autora.

"Alec e eu apelamos o acordo de nos amar como amigos e tratar com respeito. [...] Nós continuaríamos nos preocupando um com o outro e teríamos um amor exclusivamente nosso. Poderíamos manter esse amor dentro de uma caixa em nossas lembranças e revisitá-lo se fosse preciso . Havia algo dolorosamente perfeito nisso". (p. 58)

Segundo, ao tempo que a protagonista se apresentava como uma mulher direta, objetiva e que seguia em frente com as suas escolhas, às vezes, ela tinha atitudes controversas. Um exemplo disso é quando ela foi tirar satisfação com o cliente do mês, o artista francês Alec Dubois, por ele ter pago o extra de 20% por ter transado com ela, fazendo dela uma "prostituta". Cara, vamos falar a verdade? Tudo bem que ela não precisava dormir com os caras se não quizesse mas de certo modo ela ainda assim estava alugando o corpo dela - seja para acompanhar um roteirista ou para ser a musa de um artista -,  ainda sim estava se prostituindo, "alugando" o seu corpo por dinheiro. Coisa que para mim não tem problema, desde que ela não se incomodasse em ser uma "puta", como se a mudança de nomenclatura para "acompanhante de luxo" fosse mudar a realidade de que ela transou com os caras e foi paga também por isso. A hipocrisia me pegou aqui, entende?

Apesar disso, acho que um ponto favorável da trama foi apresentar o amor (ou o que pode se chegar a ser dentro do cenário apresentado) de uma maneira diferente, mostrando que ele pode acontecer de diversas formas e que não precisa necessariamente ser para vida toda, sabe? O personagem do Alec representou bem isso e sua excentricidade (como boa parte dos artistas são retratados nos livros) e sua honestidade deixou uma lição que a Mia deve levar adiante, o de amar a si mesma. 



Série A Garota do calendário:

A série mostra a vida de Mia como acompanhante de Luxo, sendo que em cada mês ela fica com um cliente. Essa realidade dela dura um ano e foi a maneira que a encontrou para arrumar 1 milhão de dólares, exatamente o valor que o seu pai deve para um agiota. Assim, em cada mês, além de um cliente e uma cidade nova, Mia vive uma experiência que levará para toda sua vida. 


23 abril 2020

O Vento me disse... #89 - Á sua espera - Abbi Glines

15:28 1 Comments

À SUA ESPERA
Autora: Abbi Glines
N° de páginas: 240
Editora: Arqueiro
Trilogia:  Rosemary Beach #10
Ano: 2016
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Compre: Aqui

Mase sempre preferiu a vida simples em seu rancho no Texas à agitação do mundo do pai em Rosemary Beach. Na verdade, ele quase nunca visita o famoso astro do rock e Nan, sua meia-irmã mimada e egoísta. Mas tudo muda quando conhece uma das empregadas da casa, uma garota linda que, sem saber da presença dele, o desperta com seu canto desafinado.Depois de anos sendo maltratada pela família e pelos colegas por causa de um distúrbio de aprendizagem, Reese conquistou sua liberdade e mora sozinha trabalhando como diarista para as famílias ricas da cidade. No entanto, seu sustento fica ameaçado quando ela causa um acidente na casa de Nan Dillon.Ao ser salva por Mase, um rapaz atencioso e com charme de caubói, Reese fica surpresa pelo gesto dele e, depois, apavorada quando ele demonstra interesse nela. Nunca na vida Reese conheceu um homem em quem pudesse confiar. Será que Mase pode ser diferente?Nessa ardente paixão que nasce entre a doce e batalhadora Reese e o centrado e sexy Mase, Abbi Glines mais uma vez mescla tristezas da vida real com amores de contos de fada e nos faz suspirar até a última página.


Como sempre tento ser verdadeira nas minhas opiniões (especialmente nas literárias), um único motivo me levou a ter À sua espera da autora americana Abbi Glines  - uma promoção! Gente, o livro estava com um preço maravilhoso e não tinha como não comprar, por mais que ele não fosse uma prioridade minha. E isso não quer dizer que eu achava que o livro era ruim (ainda mais sabendo da escrita da autora e da série, afinal, já tem uns anos que li o primeiro livro da série Rosemary Beach, o Paixão sem limites, e até que gostei da história). Mas o fato é que esse meu gostar não fez com que acompanhasse a série (esse é o 10° livro!). Por isso do primeiro fui para o decimo livro da série, o que não é um problema já que são histórias focadas em personagens distintos.

Por isso já adianto que não posso comparar essa história ou personagens com os livros anteriores (que apresentam histórias de casais diferentes, mais que eu sei que personagens desse livro já deram as "caras" antes). Esse é o primeiro volume da duologia que conta o relacionamento do Mase e Reese, e vou focar nas minhas percepções baseadas apenas no que a autora apresenta neste volume, certo?

"Agora eu tinha certeza de que era um aspirador de pó. E parecia uma versão muito ruim de 'Gunpowder & Lead', de Miranda Lambert."

De cara somos apresentados a uma passagem da vida da Reese que ela lutou para fugir e que ainda não conseguiu esquecer. É tenso e triste, ainda mais se você parar para refletir que no momento em que estiver lendo o livro (ou até mesmo isso aqui), tantas 'Reeses' estarão passando por algo parecido. A situação vivenciada por ela fará com que ela ganhe algumas  marcas emocionais e a levará morar sozinha em um cidade completamente nova. É em Rosemary beach que ela encontrará um amigo, é onde começará à trabalhar limpando as mansões que nunca pensou pisar e onde ela conhecerá Mase (um encontro que nunca vou esquecer justamente por ter citado a música da Miranda Lambert  que eu já disse ser uma das minhas favoritas, é só conferir a postagem aqui). 

Mase é um fazendeiro do Texas que não gosta muito de ser identificado como um dos filhos de uma estrela do rock. E apesar  de não lhe agradar muito, acaba decidindo se hospedar na casa do pai (enquanto ele e sua meia-irmã estão viajando) para assim visitar sua outra irmã que acabou de ter  um filho. É assim que em uma manhã ele acaba encontrando a mulher mais bonita e sexy que ele já conheceu. Para encurtar a conversa, os dois logo se sentem atraídos um pelo outro mais cada um tem seus próprios motivos para pensarem duas vezes antes de se envolver.

"Reese ia ter uma chance. Eu daria uma a ela."

Acho que o que mais chamou minha atenção ao ler a sinopse foi descobrir que a protagonista tinha um distúrbio de aprendizagem (algo que me interessa particularmente), eu queria saber o que era, como isso a afetava e como a autora trataria isso. Neste ponto devo dizer que esperava um melhor aprofundamento e acho que a autora perdeu uma chance de falar mais sobre, no entanto, eu entendo que a proposta do livro não é essa. 

Falando nisso, apesar de ser um livro bem new adult eu achei coerente como foi desenvolvido o romance dos dois. Ao tempo em que vemos o desejo de ambos - graças à uma narrativa intercalada - também vemos as dificuldades enfrentadas por eles, e de como aos pouquinhos eles vão ganhando confiança. Uma coisa que me agradou também foi o fato de apesar do Mase inicialmente apresentar características comuns de mocinhos do gênero (ser rico, pegar quem quiser, bonito, não querer compromisso) ele soube se "comportar" e não agiu como um brutamontes - o que venhamos e convenhamos, é o básico. Já sobre a Reese eu tenho que confessar que eu esperava um pouco mais de atitude (por mais que eu entenda sua insegurança), ela foi muito passiva e isso me cansou em alguns momentos.

"A aprovação dela aqueceu meu coração pela primeira vez em dez semanas, dois dias e cinco horas".

Observando bem eu acredito que a história poderia ser feita em um único livro, mais sei que o segundo livro, Ao seu encontro, deve explicar melhor o próprio passado da Reese, deve apresentar personagens super interessantes (membros da família...) e deve ter o romance dos protagonistas concretizados, já que neste volume foi mais como uma introdução, mostrando como eles se conheceram e dando uma dica de mais ou menos o que eles enfrentarão para estar juntos no final. 

À sua espera é um livro com uma base triste que apresenta graus de superação, apesar disso a leitura é rápida e fácil de acompanhar. Tem um cowboy interessante e uma protagonista bonita e emocionalmente afetada por experiências ruins do passado. É um romance que li em poucos dias e que nos prepara para uma história de amor e superação - que iremos encontrar, acredito eu,  especialmente no segundo e último livro que aborda o romance do Mase e da Reese. Por fim, o livro não se tornou um favorito, mais ainda sim foi além do que pensei que seria.



Sobre a série: 

A série Rosemary Beach conta a história de um grupo de pessoas que vivem neste local dos Estados Unidos. A série segue a seguinte sequência: 

Sem Limites (que fala da Blaire e Rush): Licros 1. Paixão sem limites, 2. Tentação sem limites e 3. Amor sem limites. 

Perfeição (que tem a Délia e o Woods): Livros 1. Estranha perfeição e 2. Simples perfeição. 

Chances (com Grant e Harlow): Livros 1. A primeira chance e 2. Mais uma chance. 

Para sempre minha que é livro único e tem Bethy e Tripp como protagonistas. 

Livros com a Reese e o Mase: 1. Á sua espera é 2. Ao seu encontro. 

O último Adeus que é o livro com o Capitão e Rose. 

Pegando Fogo que tem a Nam como protagonista.

03 fevereiro 2020

O Vento me disse... #88 - Cinquenta tons de liberdade - E. L. James

19:44 6 Comments

Cinquenta tons de liberdade
Autora: E.L. James
N° de páginas: 544
Editora: Intrínseca
Trilogia:  Cinquenta tons #03
Ano: 2012
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Quando a ingênua Anastasia Steele conheceu o jovem empresário Christian Grey, teve início um sensual caso de amor que mudou a vida dos dois irrevogavelmente. Chocada, intrigada e, por fim, repelida pelas estranhas exigências sexuais de Christian, Ana exige um comprometimento mais profundo. Determinado a não perdê-la, ele concorda. Agora, Ana e Christian têm tudo: amor, paixão, intimidade, riqueza e um mundo de possibilidades a sua frente. Mas Ana sabe que o relacionamento não será fácil, e a vida a dois reserva desafios que nenhum deles seria capaz de imaginar. Ana precisa se ajustar ao mundo de opulência de Grey sem sacrificar sua identidade. E ele precisa aprender a dominar seu impulso controlador e se livrar do que o atormentava no passado. Quando parece que a força dessa união vai vencer qualquer obstáculo, a malícia, o infortúnio e o destino conspiram para transformar os piores medos de Ana em realidade,...



   Cinquenta tons de liberdade enfim nos apresenta o desfecho da história do controlador Christian Grey e a teimosa Anastasia Steele. Sinto que serei breve neste relato pois acho que todos (ou quase todos) sabem quem são esses personagens (ainda mais depois da adaptação dos cinemas) e/ou já conhecem a sua história, portanto não carecendo de muitas apresentações.

   Neste último volume, podemos acompanhar como é a vida dos protagonistas depois de casados. Como era de se esperar, pequenos e grandes conflitos acontecem e vemos eles adaptando suas vidas à nova realidade. Sobre os protagonistas, percebi que o Chrstian evoluiu em relação aos livros anteriores pois mesmo  ainda querendo controlar tudo à sua volta, é perceptível o seu desejo de fazer com que a Ana permaneça e se sinta bem ao seu lado (mesmo que isso faça ele deixar o lado mais sombrio que esteve com ele por tanto tempo). Já a Anastasia continua um pouco teimosa, com algumas manias irritantes que de um modo geral acabamos relevando, ainda mais levando em conta todo contexto.

  A narrativa de E.L. James continua bem parecida com os outros primeiros volumes, ou seja, contendo certos vícios, enrolando um pouco e mantendo deusas interiores vivas, mais ainda sim envolvendo o leitor de uma maneira boa. Nem vou entrar muito nessa questão pois já falei (você pode conferir aqui e aqui) o que penso sobre a escrita da autora. De novidade nesse ponto, só um pouco de suspense que aparece com o retorno de um personagem imprevisível.

   Eu não acho esse livro da trama seja o melhor - pra mim continua sendo o cinquenta tons mais escuros - mais gosto dele pois enfim sabemos o desfecho da trama e de fato conhecemos o que levou o Christian a ser o que é. Acho que todas que lemos essa história procurava isso, não?

   A história criada pela E. L. James, publicada pela Intrínseca no Brasil, foi um dos meus primeiros contatos com a literatura erótica, isso ainda lá pra 2013. Fazendo um balanço, da primeira vez que li até a última, algumas das minhas percepções sobre a obra mudaram, ao tempo de hoje discordar de algumas coisas da trama. Apesar disso, o enredo criado pela autora americana ainda é um dos meus favoritos do gênero. Sem falar que é inegável a influência dele na expansão/consumo de histórias do gênero e como movimentou o mercado literário (foram mais de 125 milhões de exemplares vendidos), gerando milhões de dólares e novos leitores.

"É muito mais fácil lidar com a dor do lado de fora".

   Cinquenta tons de liberdade fecha com chave de ouro a história do Christian e da Ana. Uma história intensa, especial e única. Que veio para mostrar que o público feminino atual continua apaixonado por romances, e se eles envolvem algemas, dominadores, bondage e são mais picantes? Melhor ainda! haha

24 janeiro 2020

O Vento me disse... #87 - Amor para um escocês - Sarah MacLean

19:43 16 Comments

Amor para um escocês 
Autora: Sarah MacLean
N° de páginas: 330
Editora: Gutenberg
Série: Escândalos e canalhas
Ano: 2017
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Lillian Hargrove viveu sozinha por anos, reclusa, ansiando por amor e companhia. Desiludida de que todos os seus sonhos pudessem um dia se tornar realidade, a mais bela jovem da Inglaterra se envolve com um artista libertino e mentiroso, que promete amá-la para sempre e implora para que ela pose como sua musa para um escandaloso retrato.
Encantada pelo carinho e pela admiração que recebe dele, Lily aceita a proposta e se entrega de corpo e alma ao homem mais falso de Londres, mas fica exposta para toda a Sociedade, tornando-se motivo de piada e vergonha.
A jovem, entretanto, não esperava que um bruto escocês, recentemente intitulado Duque de Warnick e nomeado seu guardião, atravessasse a fronteira da Inglaterra para impedir que a ruína a alcançasse.
Warnick chega em Londres com um único objetivo: casar sua protegida – que é bonita demais –, transferindo o problema para outra pessoa, e, em seguida, voltar à sua vida tranquila na Escócia, longe daquele lugar odioso que é Londres.
O plano parece perfeito, até Lily declarar que só se casaria por amor, e o duque escocês perceber que, aparentemente, há algo naquele país que ele realmente gosta…


   Amor para um escocês da autora Sarah MacLean, publicado no Brasil pela Editora Gutenberg, nos conta a história de Lilian Hargrove e Alec Stuart. Este último é um escocês bastante orgulhoso que se vê em uma encruzilhada quando descobre que após várias fatalidades ele é o único herdeiro de um ducado na Inglaterra. Acontece que por algumas coisas que aconteceram no passado ele sempre odiou a Inglaterra e reluta, desde o início, em pisar nesse lugar. É claro que com o tempo ele acaba precisando ir a este país, ainda mais depois de descobrir  que ao se tornar o Duque de Warnick ele também ganhou uma pupila, pupila essa que acaba precisando de sua ajuda para evitar que um grande escândalo aconteça. 

   Lilian era considerada por muitos como a mulher mais bonita da cidade, órfã de pais ela sempre ansiou pelo afeto e o amor que só uma família poderia dar, nessa busca de carinho e de ser amada ela acaba caindo nas garras de um amante pintor, que além de levar a sua virgindade a retratou - nua - em um quadro no qual por vaidade ameaça divulgar para toda sociedade londrina na Exposição Real de Arte.  Desolada por ver o seu amor convertido em vergonha, Lilian é "obrigada" a ver seu tutor gigante escocês invadir a sua vida como se fosse o único que pudesse salvar a sua reputação (o que não deixa de ser verdade, por mais que ela negue). 

   Nesse contexto veremos então, o desenvolvimento do relacionamento dos protagonistas. A Lillian tentando ter sua independência e o Alec tentando fazê-la casar antes do escândalo estourar (o que me irritava, às vezes, confesso). O que os dois não imaginavam é que nesse meio tempo o amor os atingiria de uma maneira inesperada.

   Amor para um escocês é o segundo livro da série Escândalos e Canalhas da autora Sarah Maclean, eu já esperava uma ótima leitura e devo dizer que ela não me decepcionou. A história criada pela autora foi uma leitura prazerosa, rápida e apaixonante que só a autora poderia fazer. Com personagens que nos encantam, eu mesma logo me apaixonei pelo modo meio "bruto" do Alec e saber sobre o seu passado, o que o levou a ser o que é, foi algo que gostei e que achei bem pensado pela autora - já que permitiu que eu fizesse uma comparação entre gêneros. Ainda sobre os personagens, eu também amei conhecer a Lily, todos os erros que ela cometeu e seus anseios foram coerentes e acho que é meio impossível não torcer para que ela conseguisse o que sempre desejou. Percebi que ao tempo em que ela demonstrava ter uma doçura ao desejar ter um amor e uma família, ela também lutava para ter sua liberdade, demostrando de fato que é uma mulher de personalidade.

   Apesar de ser um romance de época, podemos associar a situação vivida pela protagonista com fatos atuais. Afinal, ter uma foto ou vídeo íntimo vazado na internet é algo que sempre vemos acontecer e que não é uma coisa boa, assim como também não era para Lily com o seu quadro, em uma sociedade da primeira metade do século XIX. Desse modo, devo dizer que amei mais ainda à força dessa personagem, que não deixou ser resumida a isso e tenho mais respeito por quem passa por essa situação atualmente e consegue se sobressair.

   Além de fazer pequenas criticas sobre as posições sociais entre homens e mulheres, e de mostrar o quanto existe um peso e duas medidas na hora de julgar as mulheres, a autora não deixa de trazer sensualidade e romance, algo que é bem característico do gênero e que quem conhece a escrita da autora sabe que é um "forte" da Sarah. Tudo isso, aliado a uma narrativa fluida e uma edição  física caprichosa fazem de Amor para escocês um ótimo livro.

"Mas Beleza Concedida era diferente de outros retratos. Não era a pintura de uma musa sem nome, era o retrato de Lillian Stuart, nascida Hargrove, vigésima-primeira Duquesa de Warnick, o escândalo de 1834."

   Amor para um escocês é um livro que consegue unir crítica e romance, sem deixar que o enredo se desgaste ou perca o brilho das boas histórias de amor. Acredito que seja um livro que realmente agrade aos mais exigentes leitores de romances. Por isso recomendo a leitura do mesmo e de qualquer coisa já escrita pela Sarah MacLean.


Confira a resenha de Cilada para um marquês


Livros da série:


08 janeiro 2020

O Vento me disse... #86 - É Assim que acaba - Colleen Hoover

16:25 14 Comments
 
É Assim que acaba
Autora: Colleen Hoover
N° de páginas: 368
Editora: Galera Record
Ano: 2018
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Um romance sobre a força necessária para fazer as escolhas corretas nas situações mais difíceis. Da autora das séries Slammed e Hopeless.

Lily nem sempre teve uma vida fácil, mas isso nunca a impediu de trabalhar arduamente para conquistar a vida tão sonhada. Ela percorreu um longo caminho desde a infância, em uma cidadezinha no Maine: se formou em marketing, mudou para Boston e abriu a própria loja. Então, quando se sente atraída por um lindo neurocirurgião chamado Ryle Kincaid, tudo parece perfeito demais para ser verdade. Ryle é confiante, teimoso, talvez até um pouco arrogante. Ele também é sensível, brilhante e se sente atraído por Lily. Porém, sua grande aversão a relacionamentos é perturbadora. Além de estar sobrecarregada com as questões sobre seu novo relacionamento, Lily não consegue tirar Atlas Corrigan da cabeça — seu primeiro amor e a ligação com o passado que ela deixou para trás. Ele era seu protetor, alguém com quem tinha grande afinidade. Quando Atlas reaparece de repente, tudo que Lily construiu com Ryle fica em risco. Com um livro ousado e extremamente pessoal, Colleen Hoover conta uma história arrasadora, mas também inovadora, que não tem medo de discutir temas como abuso e violência doméstica. Uma narrativa inesquecível sobre um amor que custa caro demais.



   Eu ainda não sei bem como começar isso aqui. Fui atingida em cheio por uma história tocante, sensível e especial que somente Colleen Hoover poderia fazer. É assim que acaba, lançado no Brasil pela Editora Galera Record, é um livro que desperta um misto de emoções; senti amor, raiva, tesão, ódio... Amei o fato de ver que pessoas boas ainda existem e que com persistência podemos alcançar nossos sonhos, fiquei com raiva por ver que tem gente que não se controla e deixa o seu pior vir à tona, tive tesão em ver um enredo que apresenta um casal que apesar de tudo se ama e se deseja e ódio por saber que as coisas nem sempre são como a gente quer.

   É assim que acaba nos leva ao mundo de Lily, uma jovem mulher que apesar de ter crescido em um ambiente tóxico nunca deixou de lutar por aquilo que acreditava. Foi assim quando ela conheceu Atlas no passado e foi assim quando decidiu abrir o seu próprio negócio em Boston, EUA. 
Abrir uma floricultura não é fácil e saber que o carinha desconhecido que ela encontrou há uns meses em cima de um telhado quando ainda refletia a perda  do pai e que quase a fez ir contra o que ela achava ser certo, era o irmão da sua única funcionária, foi uma surpresa não tão boa para ela. Afinal, Ryle tinha o pacote completo (bonito, inteligente, gente boa e com uma carreira na medicina bem promissora) e não seria difícil se apaixonar por ele - o que  não seria um problema se ele não tivesse uma certa aversão a relacionamentos. 

  O fato é que a atração entre eles é imediata e logo os dois estão embarcando em um relacionamento que inicialmente é mil maravilhas. Algo que ao longo do tempo vai se modificando e que só piora com o aparecimento de Atlas, o grande amor da juventude de Lily. É nesse momento que vamos ver as tentativas da protagonista em quebrar o padrão que normalmente ocorre quando se estar preso a um relacionamento abusivo. 

   Com a narrativa da trama em primeira pessoa, intercalada entre passado e presente, o leitor vai conhecer a Lily na fase adulta e na adolescência, quando ela escrevia em um diário suas angústias juvenis. É com esse tipo de narrativa, típico da autora, que vamos encontrar um amor super fofo que desperta o nosso lado mais romântico e saudoso, e vamos nos deparar com a crua realidade que muitas mulheres vivenciam atualmente.

"Lily - diz ele, enfaticamente. - Não existe isso de pessoas ruins. Todos nós somos humanos e, as vezes, fazemos coisas ruins."

   Desse modo, apesar de todo o romance, este livro da Colleen se destaca por nos proporcionar  o exercício da empatia com as mulheres que sofrem com violência doméstica. Afinal, quantas vezes não nos pegamos julgando mais a mulher do que o agressor? Fazendo questionamentos: - Como essa mulher fica com esse cara? É falta de amor próprio, ela é pior do que ele... enfim, frases machistas que não representam as particularidades de cada situação e que mostram que o ser humano ainda tem que evoluir bastante. 

   Este livro veio também para mostrar como é complicado romper com esse ciclo da violência, inclusive para o próprio abusador. Para vocês terem uma noção, eu terminei a leitura e não senti ódio pelo Ryle, por mais idiota que ele tenha sido. Meus sentimentos perpassaram a incredulidade, revolta... pena! Pena é a palavra certa, pena por tudo ter acontecido como foi. E que fique claro que não estou justificando e passando a mão na cabeça dele, não!, ele foi errado e o final foi mais do que justo. É só que... sabe quando você fica com a sensação de que tudo poderia ser diferente, que uma história seria outra se o "se..." fosse mais como a gente sonha e não como muitas vezes realmente é? 

   Por fim, eu poderia falar muito mais sobre o quanto eu gostei da maneira como a autora usou de uma experiência real e pessoal para dar vida a esses personagens (leiam a nota da autora, por favor), o quanto desejei que existisse mais "Atlas's" nesse mundo (que são gratos e pensam no melhor daqueles que amam) e mais "Allysa's" (melhor pessoa pra se ter de amiga), e o quanto eu gostaria que mais "Lily's" pudessem sair dos relacionamentos que as fazem mal e realizassem os seus sonhos. Nunca é tarde para tentar... saibam disso!

"Ás vezes você faz coisas que sabe que são erradas, mas que, de alguma maneira, também são certas? Não sei como explicar de forma mais simples."

   É assim que acaba nos traga para um enredo que simplesmente dilacera o coração. É um livro que nos faz refletir sobre o quão complicado é para quem vive em uma relação abusiva e o quão importante é interromper o padrão da violência desde o início. Leitura é entretenimento, mas também é alerta. Por isso fiquem atentas meninas. Leitura recomendadíssima!