11 outubro 2024

O Vento me disse...#94: Não era pra ser uma história de amor - Sarah Adler

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NÃO ERA PRA SER UMA HISTÓRIA DE AMOR 

Autora: Sarah Adler

N° de páginas: 304

Editora: Arqueiro

Ano: 2023

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Uma viagem improvável reúne um escritor cínico, uma eterna romântica e uma urna funerária, mudando suas vidas para sempre. Millicent Watts-Cohen tem uma missão a cumprir. Determinada a reafirmar o poder duradouro do amor, ela decide levar as cinzas da Sra. Nash, uma idosa de 98 anos que se tornou uma grande amiga, de Washington até a Flórida. Seu objetivo: reuni-la, ainda que simbolicamente, ao grande amor de sua vida, oitenta anos depois.Mas as coisas não saem como previsto por Millie. Depois que uma pane geral no sistema de aviação cancela todos os voos, ela acaba pegando uma carona com Hollis Hollenbeck, um antigo colega do seu ex, que está indo de carro até Miami. Ele é um escritor enfrentando um bloqueio criativo e certamente não acredita no clássico “felizes para sempre”.Ao longo de muitos quilômetros de estrada, enquanto os dois discutem sobre a playlist ideal para a viagem e lidam com restaurantes exóticos, uma pousada de gosto duvidoso, um festival de brócolis e um cervo histérico, Millie começa a suspeitar que seu relutante parceiro pode gostar mais da companhia dela do que deixa transparecer.E, quanto mais perto eles chegam do destino, mais ela se vê forçada a admitir que essa viagem não é apenas sobre a história de amor da Sra. Nash – talvez seja sobre a dela também.


Não era pra ser uma história de amor de Sarah Adler que foi publicado no Brasil pela Editora Arqueiro, é uma daquelas leituras que te proporciona uma história leve, algumas risadas e de quebra, te faz refletir sobre o amor e suas surpresas.  A trama gira em torno de Millicent, uma ex-celebridade mirim com uma missão um tanto peculiar: levar as cinzas de sua amiga de 98 anos, Sra. Nash, de Washington até a Flórida, para reuni-la simbolicamente com o grande amor de sua vida.


A viagem, que já começa com um toque de comédia/desastre devido a uma pane no sistema de aviação, se torna ainda mais interessante quando Millie pega carona com Hollis Hollenbeck, um escritor cínico que vem enfrentando um bloqueio criativo, que além de ser um ex-colega de seu ex-namorado é totalmente o oposto de Millie em relação as crenças sobre o amor. Tenho que dizer que esse início me lembrou o filme "Forças do destino", protagonizado por Sandra Bullock e Ben Affleck nos anos 90, obviamente, as histórias são diferentes mas tenho que já adiantar que esse clima de "filme de sessão da tarde" permeia a trama.


Ao acompanhar essa jornada dos protagonistas, vamos acompanhando diálogos espirituosos, situações divertidas (como um festival de brócolis e um cervo histérico), e momentos de introspecção que fazem o leitor torcer pelo improvável casal. A química entre Millie e Hollis é palpável, e é impossível não se envolver com suas discussões. De modo geral, o que mais gostei foi o fato de não ter tantas situações dúbias em que os personagens querem uma coisa e fazem outra, acho que eles são até bem diretos no que desejam. 


Sarah Adler consegue equilibrar humor e emoção, criando personagens autênticos e adoráveis. A escrita é leve e envolvente, perfeita para quem busca uma leitura descontraída, mas com uma boa dose de profundidade. O livro narra não só as vivências dos protagonistas como também volta no tempo mostrando um pouco sobre o amor da Sra. Nash na época da guerra e tal, acredito que essa escolha foi interessante pra gente ter mais empatia pela jornada da Millie em levar as cinzas da amiga. Apesar dos pontos favoráveis preciso confessar que demorei um pouco pra terminar a leitura (parei ela umas três vezes), mas não consigo dizer se foi pela narrativa da autora ou se simplesmente não estava tão no clima. Nesse sentido, deixo com vocês a decisão da leitura dessa história.


Por fim, acredito que a mensagem final de Não era pra ser uma história de amor, de que o amor pode surgir nos momentos mais inesperados e de que vale a pena acreditar nele, foi transmitida perfeitamente. Recomendo para quem está em busca de um romance leve e cheio de ❤️.





19 agosto 2024

O Vento me disse...#93: A Verdade sobre amores e duques - Laura Lee Guhrke

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A VERDADE SOBRE AMORES E DUQUES 

Autora: Laura Lee Guhrke

N° de páginas: 320

Editora: Harlequin Books

Ano: 2018

Série: Querida conselheira amorosa #01

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Henry Cavanaugh, duque de Torquil, anseia por uma vida ordenada e previsível. A única que o ajuda com isso era a mãe... até ela se apaixonar por um artista e decidir seguir o conselho amoroso de Lady Truelove, largando tudo para seguir os desejos do coração. Agora Henry vai exigir que a mulher mexeriqueira que deu aquele conselho imprudente o ajude a impedir que o nome da sua família acabe na lama.Irene Deverill é o que a sociedade londrina considera uma ovelha negra: dirige o jornal da família, é uma solteirona e tem orgulho disso! Mas ninguém sabe que ela possui um grande problema nas mãos: o duque de Torquil demanda que ela o ajude a resolver os problemas da sua família. Esse relacionamento forçado fará despertar nela sentimentos que nunca pensou possuir.



    A Verdade sobre amores e duques é um romance de época que mistura drama e romance, que foi escrito por Laura Lee Guhrke. Publicado em 2018 pela Editora Harlequin Books, a história gira em torno de Henry Cavanaugh, o duque de Torquil, e Irene Deverill, uma mulher independente que dirige o jornal da família. 


    Henry é um homem que preza pela ordem e pela reputação da família, ele vê sua vida virar de cabeça para baixo quando sua mãe decide seguir os conselhos amorosos de Lady Truelove, uma colunista de conselhos amorosos que faz parte do jornal da Irene. A mãe de Henry se apaixona por um artista e decide largar tudo para seguir seu coração, o que leva Henry a confrontar Irene para resolver essa "bagunça".


    A querida Irene (ou a própria Lady TrueLove) é uma mulher à frente de seu tempo, que ao comandar o jornal da família sustenta não só uma irmã como também o pai alcoólatra. Ela não tem vergonha de ser uma "solteirona" como muitos apontam, pelo contrário, ela se mostra uma mulher espirituosa e determinada, que luta pelos direitos das mulheres, é independente e não tem medo de enfrentar o duque e sua arrogância.


    O ambiente que a autora nos apresenta une elementos essenciais para as leitoras que gostam de tramas de época. Romance, diálogos afiados e situações cômicas que equilibram os momentos mais tensos, protagonistas que não se gostam e depois vão construindo um caminho, despertando uma tensão que ambos não esperavam. Para mim, essa construção é um dos pontos positivos dessa história, pois quanto mais vou envelhecendo, mais as histórias de amores a primeira vista não me agradam tanto. Então, quando a narrativa demora um pouco mais pra desenvolver o romance, ela é mais crível para mim. Nesse sentido, penso que algumas pessoas podem não apreciar tanto a forma como a autora conduz a história ou até certos personagens. 


    Falando neles, acho que o mais "odioso" deles é o mocinho, o duque possui atitudes realmente detestáveis. Acusa a mocinha por coisas que ela não tem culpa, é arrogante, se acha no direito de certas coisas e que a mocinha deve ceder as suas vontades simplesmente por ele ser um homem aristocrata. Enfim, é inegável que muitas das suas atitudes podem ser consideradas machistas (especialmente quando analisadas sobre o nosso olhar atual). Todavia, acredito que o público que ama romance de época, assim como eu, consegue entender o contexto e todo o universo narrado, até porque o livro não apresenta nenhuma atitude tão grave, além de mostrar uma evolução do personagem que com o tempo vai mostrando um lado mais vulnerável e apaixonado. 


Os capítulos serem alternando entre os pontos de vista de Henry e Irene, nos permite entender melhor as motivações e os sentimentos de cada um. Isso adiciona uma profundidade à trama, pois, conseguimos ver como cada personagem lida com os fatos que vão acontecendo.



    A Verdade sobre amores e duques é uma boa leitura para quem gosta de romances de época com protagonistas fortes e teimosos. Laura Lee Guhrke nos entrega um romance que une elementos já conhecidos e adiciona outros que tentam diferenciar a trama das demais. Não diria que é um dos meus favoritos, mas também não diria que tem uma história ruim. Recomendo especialmente para quem já curte o gênero. 

12 agosto 2024

O Vento me disse... #92: O jogo do amor/ódio - Sally Thorne

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O JOGO DO AMOR/ÓDIO 

Autora: Sally Thorne

N° de páginas: 400

Editora: Universo dos livros

Ano: 2017

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Sally Thorne surge na cena literária apresentando um ambiente de trabalho hilário e sensual em uma comédia sobre aquela conhecida linhazinha tênue entre o amor e o ódio. Lucy Hutton e Joshua Templeman se odeiam. Não é desgostar. Não é tolerar. É odiar. E eles não têm nenhum problema em demonstrar esses sentimentos em uma série de manobras ritualísticas passivo-agressivas enquanto permanecem sentados um diante do outro, trabalhando como assistentes executivos de uma editora. Lucy não consegue entender a abordagem apática, rígida e meticulosa que Joshua adota ao realizar seu trabalho. Ele, por sua vez, vive desorientado com as roupas coloridas de Lucy, suas excentricidades e seu jeitinho Poliana de levar a vida. Diante da possibilidade de uma promoção, os dois travam uma guerra de egos e Lucy não recua quando o jogo final pode lhe custar o trabalho de seus sonhos. Enquanto isso, a tensão entre o casal segue fervendo, e agora a moça se dá conta de que talvez não sinta ódio por Joshua. E talvez ele também não sinta ódio por Lucy. Ou talvez esse seja só mais um jogo.



O Jogo do amor/ódio da autora Sally Thorne, publicado no Brasil pela Universo dos Livros,  é uma comédia romântica que narra a relação conflituosa entre Lucy Hutton e Joshua Templeman, dois assistentes executivos de uma editora que se odeiam desde o primeiro dia de trabalho. Eles vivem em uma constante disputa de poder, jogos psicológicos e provocações, até que surge a oportunidade de uma promoção que os coloca em uma competição ainda mais acirrada. Entretanto, conforme eles se conhecem melhor, eles percebem que talvez o ódio que sentem um pelo outro seja apenas uma máscara para uma atração irresistível.


A trama é daquelas já bem conhecidas que reúne um "Enemies to Lovers" maravilhoso e bem divertido. A autora soube criar uma química incrível entre os protagonistas, que são personagens bem construídos e carismáticos. Lucy é uma mulher inteligente, otimista e determinada que tem um senso de humor sarcástico e uma personalidade forte. Joshua é um homem sério, metódico e exigente que esconde um lado gentil, sensível e protetor. Os diálogos entre eles são ágeis, irônicos e repletos de tensão sexual. O leitor se diverte com as brigas, os desafios e as provocações que eles trocam, mas também se emociona com os momentos de vulnerabilidade e carinho que eles compartilham.


O livro é um prato cheio para quem ama romances leves, divertidos e apaixonantes. Além disso, a autora também consegue trazer alguns temas mais "sérios", abordando desde  relacionamentos familiares ao próprio crescimento pessoal dos protagonistas. É muito bom acompanhar o desenrolar da trama, tanto que nem percebemos as quase 400 páginas que são narradas em primeira pessoa pela Lucy. 



O Jogo do Amor/Ódio é um livro que consegue equilibrar o humor, o drama e o romance de forma muito bacana. Definitivamente, a história é perfeita para quem procura uma leitura rápida, divertida e despretensiosa.