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12 agosto 2019

O Vento me disse... #83 - O Príncipe corvo - Elizabeth Hoyt

12:30 12 Comments

O Príncipe Corvo
Autora: Elizabeth  Hoyt
N° de páginas: 350
Editora: Record
Trilogia:  Dos Príncipes  #01
Ano: 2017
Skoob: Aqui
Compre: Aqui
Ao descobrir que o conde de Swartingham visita um bordel para atender suas “necessidades masculinas”, Anna Wren decide satisfazer seus desejos femininos... com o conde como seu amante Chega uma hora na vida de uma dama... Anna Wren está tendo um dia difícil. Depois de quase ser atropelada por um cavaleiro arrogante, ela volta para casa e descobre que as finanças da família, que não iam bem desde a morte do marido, estão em situação difícil. Em que ela deve fazer o inimaginável... O conde de Swartingham não sabe o que fazer depois que dois secretários vão embora na calada da noite. Edward de Raaf precisa de alguém que consiga lidar com seu mau humor e comportamento rude. E encontrar um emprego. Quando Anna começa a trabalhar para o conde, parece que ambos resolveram seus problemas. Então ela descobre que ele planeja visitar o mais famoso bordel em Londres para atender a suas necessidades “masculinas”. Ora! Anna fica furiosa — e decide satisfazer seus desejos femininos… com o conde como seu desavisado amante.

   O Príncipe corvo é uma obra da autora Elizabeth Hoyt que no Brasil foi lançado pela Editora Record, a trama é o primeiro volume da trilogia dos príncipes - que possuem histórias diferentes e podem ser lidos separadamente e em ordens diferentes -, e apresenta um romance de época adulto bem sensual.

"Por que os homens acham que dizer algo em tom de voz mais alto o torna verdadeiro?"
    
Anna Wren é uma jovem viúva que ficou responsável pelas finanças da família depois da morte do marido, ao ver a mesma se esvaindo ela sente a necessidade de procurar um trabalho. É quando ela acaba indo trabalhar para o conde de Swartingham, Edward Raaf. O conde não é uma pessoa fácil de lidar e tem um gênio que faz todos os seus secretários irem embora assim que a primeira oportunidade aparece, quando ele encontra Anna como sua nova empregada, apesar do estranhamento inicial por ela ser uma mulher, ele percebe que ela não é como os outros.

    Com uma personalidade forte, Anna enfrenta o conde de cabeça erguida e ao perceber que o seu corpo também o deseja, decide fazer algo. Edward frequenta um bordel em Londres para satisfazer suas necessidades e ao descobrir isso, Anna decide ir ao seu encontro e satisfazer também as suas necessidades com ele - sem que ele saiba de fato quem ela é. Assim, os dois se relacionam e esse torna-se um segredo que pode prejudicar Anna profundamente, tanto por parte da sociedade como do próprio conde que de certa forma foi enganado por ela.

    Definitivamente o que mais gostei neste história de Hoyt foi o fato da autora criar uma personagem que percebeu suas necessidades e que da sua maneira, lutou para satisfazê-las. Anna não ficou esperando que o conde a cortejasse e isso é um diferencial nesse tipo de livro. Muitas vezes me peguei pensando o quanto devia ser ruim viver em uma época que se exigia o máximo de decoro para a mulher e o mínimo para o homem, ainda hoje é assim, mas quando paramos para analisar vemos que muita coisa mudou.
Já o mocinho, o que eu gostei foi perceber que apesar dela ser considerada inferior, ele a respeitou e de modo geral, acho que ele não foi daqueles protagonistas "ogros" que mais parecem vilões que mocinhos.

"Sua vida sempre havia sido restrita assim, com seus limites tão estreitos que às vezes parecia uma corda bamba? Será que ela nada mais era do que sua posição na sociedade?"

    A narrativa é em terceira pessoa e está dividida entre os protagonistas e alguns personagens, que narram de maneira breve e aparecem em momentos que são necessários para o desenvolvimento de algumas situações. Uma coisa que eu gostei foi os inícios de capítulos começarem com uma fábula contando a história do Príncipe corvo, e essa história meio que podia ser associada ao momento em que se passava à trama.

    Como o livro apesar de ser de época é voltado para um público mais adulto, possui cenas eróticas mais explicitas do que em outros livros do gênero, isso foi uma escolha da autora e que ao meu ver foi um trabalho bem feito. Acho que a única coisa que eu encaro como ponto negativo na trama foi a maneira como a autora desenvolveu algumas situações. Por exemplo: quando o conde descobre que foi enganado pela mocinha, ele ficou super bravo, eu pensei que ele iria demorar um pouco mais de tempo para perdoar, mas não, ele logo vai atrás dela e quer porque quer se casar com ela.  Depois acontece algumas coisas que tornam esse finalzinho da trama mais do mesmo. Sei lá, confesso para você que esperava mais do final, acho que pela capa e pelo que o enredo inicialmente apresentou, eu criei uma expectativa para um final mais cru, mais realista e menos doce.

"Como era empolgante falar  o que pensava sem se importar com a opinião de um homem!"

   O Príncipe Corvo tem em sua essência um enredo que poderia seguir uma curva diferenciada desse gênero, pois a autora Elizabeth Hoyt criou protagonistas com personalidades bem expressivas. Ela conseguiu isso até perto do final, quando ela decidiu seguir para o lado mais romântico da coisa e seguiu a linha previsível do gênero. Não foi uma escolha ruim, visto que a trama continuou boa, mas definitivamente sua escolha não permitiu que a trama se tornasse "única".  



09 julho 2018

O Vento me disse... #74 - O Segredo de Emma Corrigan - Sophie Kinsella

00:00 13 Comments

O Segredo de Emma Corrigan
Autora: Sophie Kinsella
N° de páginas: 352
Editora: BestBolso
Ano: 2015
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Emma Corrigan tem alguns segredinhos... Mas quem não tem? Durante uma viagem de avião bem turbulenta, Emma acredita que não sobreviverá aos solavancos, e acaba contando todos – mas todos! – os seus segredos para o homem sentado na poltrona ao lado. Quando a aeronave pousa em segurança, ela pede desculpas ao companheiro de voo pelo desabafo, pensando que nunca mais veria aquele estranho bonitão.No dia seguinte, no entanto, ela descobre que seu colega de viagem era ninguém menos que Jack Harper, um dos fundadores da grande Corporação Panther, empresa na qual Emma trabalha como assistente de marketing. E que seu encontro desajeitado com o milionário a colocaria na maior confusão.

   Apesar de ser o primeiro livro que li da autora Sophie Kinsella já tinha mais ou menos uma noção do que encontraria neste livro, publicado pelo selo BestBolso da Editora Record, tendo em vista que já tinha assistido um filme baseado em sua obra mais conhecida mundialmente: Os Delírios de consumo de Becky Bloom. Quem já assistiu ao filme ou leu o livro deve saber a vibe da escrita da autora, que segue a mesma fórmula leve e divertida em O Segredo de Emma Corrigan.

   Neste chick-lit, Kinsella nos leva praticamente para dentro da cabeça de Emma Corrigan, uma inglesa que trabalha em uma empresa de produtos esportivos/energéticos que sonha em conseguir uma promoção que a ajudará não só a elevar seus proventos como também sua autoestima perante a própria família (que insiste em ver as qualidades da sua prima Kerry).

   Dentro desse contexto, veremos Emma em uma viagem de negócios para a Escócia. De volta para casa, a personagem enfrentará o medo da morte (com uma possível queda do avião) que acabará fazendo com que ela confesse pequenos segredos ao passageiro do seu lado. O desconhecido acabará descobrindo que Emma odeia o café da empresa, que a foto da bunda que está pendurada na parede da empresa é dela, que ela não pesa o que diz, que seu namorado Connor parece o Ken... Enfim, são pequenos segredos que apesar de leves ela não gostaria que soubessem. Tudo estaria bem se o estranho fosse apenas isso, (in)felizmente para desespero da protagonista, o mesmo é Jack Harper, o fundador e chefe da empresa na qual ela trabalha e que ela não conhecia.

   Já na empresa Emma fará de tudo para ficar longe de Jack, o charmoso estranho que é o seu chefe -que sabe que ela odeia calcinha fio dental. Mas o que ela logo descobrirá é que o destino insistirá em os unir e fará com que ela comece a repensar alguns pontos de sua vida.

"– Minha carreira é uma piada. Eu não sou uma alta executiva. – Aponto para o meu tailleur com lágrimas nos olhos. – Eu não tenho uma equipe! Sou apenas uma assistente de merda e acabei de ter minha primeira reunião importante, e foi um desastre. Não entendo quase nada do que as pessoas estão falando, não sei o que significa logística, nunca vou ser promovida, devo quatro mil pratas ao meu pai e nunca me apaixonei de verdade..."

  Com uma comédia que nos faz relembrar filmes da sessão da tarde, O Segredo de Emma Corrigan apresenta uma protagonista maluquinha que entra em cada situação que acaba nos fazendo sorrir sem querer e um mocinho que agrada, apesar de não sabermos muito sobre ele. Além do mais, a autora também aborda questões familiares que deixa o coração do leitor apertado, mais feliz ao saber que tudo fica bem no final.

"- Quando saio do escritório naquela tarde sinto-me toda agitada, como um daqueles globos de vidro com neve dentro. Eu estava perfeitamente feliz sendo um povoadozinho comum e sem graça dentro do globo de vidro. Mas agora que Jack Harper veio e me sacudiu, há flocos de neve por toda parte, girando em redemoinhos, sem saber mais o que pensar."

  É bem verdade que algumas pessoas podem achar o enredo do livro um pouco fútil e sem profundidade, mais a maneira como a autora conduz à trama faz toda diferença. Além disso, apesar de achar que a protagonista tem segredos mais que o normal, foi impossível não entrar em seu mundo, se imaginar no lugar e até se associar com ela, afinal, quem não mente em pequenas coisas e possui certos segredinhos?

   Sobre a edição física: as folhas são brancas e o texto é mais achatado e com letras menores - tendo em vista que é uma edição de bolso. Quem não gosta do formato - que compensa por ser bem mais barato - existe outra versão normal que foi lançada pela Editora Record em 2005. Confesso que folhas brancas e letras menores não são a minha preferência mas para ser sincera, não desgostei do livro por causa disso.

"Se você não pode ser sincera com seus amigos, colegas e entes queridos, pra que serve a vida?"

   O Segredo de Emma Corrigan ganha o leitor por ser uma trama divertida que não se preocupa tanto em se aprofundar, tanto em questões de enredo como de personagens (com exceção da protagonista). Apesar disso é muito bom acompanhar os diálogos loucos da Emma e suas experiências. É daquelas histórias que nos despedimos sem lágrimas, apenas com um sorriso bobo no rosto.  

07 julho 2018

Lançamentos Grupo Editorial Record (Julho de 2018)

09:30 0 Comments

Ainda seguindo a linha de publicar os lançamentos das editoras que gosto, confira o que o grupo Editorial Record preparou para o mês de julho de 2018. 

GALERA

Todo dia - David Levithan


Todo dia sou uma pessoa diferente. Eu sou eu, sei que sou. Mas também sou outra pessoa. Sempre foi assim. Toda manhã, A acorda em um corpo diferente, em uma vida diferente. Não há qualquer aviso sobre quem será ou onde estará em seguida. De menina a menino, rebelde a certinho, tímido a popular, saudável a doente; A precisa se adaptar.Ele já se acostumou com isso e até criou algumas regras para si mesmo. Primeira: nunca se apegar; segunda: jamais interferir. E tudo corre bem… até que A desperta no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon.A partir desse momento, as regras pelas quais tem vivido não fazem mais sentido. Porque, finalmente, A encontrou alguém com quem quer fi car; dia após dia, todo dia. Mas como esperar que uma pessoa que sempre viveu uma vida normal possa entender a realidade de A? Ou até mesmo acreditar nela?
Enquanto lutam para se reencontrar a cada 24 horas, ambos precisam enfrentar seus próprios demônios, superar suas limitações e redefinir suas prioridades. Rhiannon conseguirá ficar com alguém que muda a cada dia? E até onde A acha justo (ou ético) interferir nas vidas de quem habita? Mas, principalmente, o amor pode mesmo vencer qualquer barreira?


VERUS

Um verão na Itália - Carrie Elks

Cesca Shakespeare chegou ao fundo do poço. Depois de escrever uma peça de teatro premiada que acabou em desastre, o bloqueio criativo se instalou, sem previsão de ir embora. Seis anos mais tarde, ela acabou de perder mais um emprego pavoroso e está prestes a ser despejada de seu apartamento. Pior ainda, suas irmãs não fazem ideia de como sua vida vai mal. Assim, quando seu padrinho lhe arruma uma temporada de verão em uma bela villa italiana, sem ter de pagar nada por isso, Cesca concorda, meio a contragosto, em ir para lá e tentar escrever uma nova peça. Isto é, antes de descobrir que a casa pertence a seu arqui-inimigo, Sam Carlton.

Tendo acabado de ver seu nome em todas as manchetes pelas razões erradas — mais uma vez —, o galã de Hollywood Sam Carlton precisa de um lugar para se esconder. Que opção melhor do que a linda villa desocupada de sua família à beira do lago Como? Só que, quando ele chega, descobre que a casa não está tão desocupada quanto ele esperava.Ao longo do quente verão italiano, Cesca e Sam terão de confrontar o passado. E o que começa como uma hesitante amizade rapidamente se torna uma atração intensa — e depois uma aventura ardente. Uma coisa é certa: este será um verão abrasador…

Esta é a nova e deliciosa série da autora best-seller Carrie Elks. Você vai conhecer a família Shakespeare: quatro irmãs, quatro histórias… quatro maneiras de encontrar o amor verdadeiro.

29 abril 2018

O Vento me disse...#62 - Os Donos da Terra - Janet Dailey

17:28 16 Comments

Os Donos da Terra
Autora: Janet Dailey
N° de páginas: 374
Editora: Record
Ano: 1983
Série: Família Calder
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Uma história romântica, de uma paixão incontrolável e ardente, tendo como pano de fundo as planícies do Oeste americano, com seus velhos e rígidos códigos de honra e seus homens violentos.Os Calder dominavam um verdadeiro império em terras que se estendiam por grande parte do Estado de Montana. Todo esse poder desperta inveja e cobiça nos outros criadores de gado da região.A sedução de uma menina de quinze anos por um membro da família Calder desencadeia uma envolvente trama onde se entrelaçam o ódio, a vingança e o ultraje. Mas acima de todos esses sentimentos, surge o amor como uma chama de vida, renovadora, a impulsionar dois seres apaixonados no seu esforço de enfrentar, numa luta dramática, dois terríveis inimigos.

O Dia mundial do livro passou e com ele decidi ler um pouco. Aproveitei o momento para reler um livro que li na minha adolescência e que me marcou bastante, Os Donos da Terra da autora americana Janet Dailey (uma das minhas autoras favoritas) para ser mais exata. O livro foi lançado há três décadas por isso não estranhem se sua mãe ou tia também já leu, sobre a edição em si não tem muito o que falar, afinal, estou falando de uma edição publicada em 1983 pela Editora Record, então, nada sobre qualidade da tradução, diagramação, etc. 

Os Donos da terra é o primeiro livro de uma série chamada 'A família Calder' que contém 11 volumes, sendo que no Brasil apenas 4 foram publicados. O livro narra à história da família Calder que durante anos vem lutando para manter as terras que conquistaram, tornando as mesmas em um verdadeiro império em pleno oeste dos Estados Unidos. É neste cenário que conhecemos Chase Calder e Maggie O'Rourke, os protagonistas da trama.

Chase é o único herdeiro da fazenda Triplo C, a maior fazenda da região e Maggie é a filha mais nova do pequeno fazendeiro Angus, que por fraqueza e inveja nutre um ódio imenso pelos membros da família Calder, especialmente ao patriarca Webb Calder. Maggie, aos 15 anos, ajuda o pai e o irmão Culley nos cuidados da fazenda e no trabalho doméstico já que é órfã de mãe. Por viver uma vida simples e de privações a garota sonha com o dia em que deixará à miséria e de fato será uma dama. Enquanto isso, Chase vive o oposto. O mesmo mora na fazenda mais respeitada da região ao lado de seu pai Webb, com uma empregada que era uma especie de 'madrinha' e seu filho, Buck Haskell, que foi o mais próximo que ele já teve de ter um irmão.

Apesar de ter apenas 22 anos, Chase cresceu sabendo da responsabilidade que seria administrar o império formado pelo seu pai e quando se envolve com Maggie sabe que não iria muito além. O fato é que apesar do envolvimento deles ser algo inesperado para ambos e de ter durado pouco, foi algo que marcou a vida deles para sempre, mesmo ficando longe um do outro por mais de uma década.   

Depois de 15 anos, Maggie se vê 'obrigada' à voltar a cidade que não pensava mais pisar e sua volta trás questões do passado como o assassinato do seu pai, o ódio que continua a consumir o seu irmão, a atração sexual que continua viva entre ela e Chase e o principal, o filho que era só 'seu' agora conhece o seu verdadeiro pai.

" -Não podemos voltar, Chase. Não podemos encontrar o que perdemos. - murmurou.
- Não quero o que tivemos no passado... Quero Construir sobre o que temos hoje, para que haja um amanhã." (p:317)

Gosto dos enredos criados pela Janet pois são simples ao tempo que possuem uma intensidade que me agrada - especialmente os livros de livraria (muitas de suas obras são distribuídas no Brasil como romances de banca). Ela consegue escrever um enredo profundo e sentimental mesmo alimentando os clichês já tão batidos no gênero literário.

Em Os Donos da Terra, a autora abusa da descrição para narrar uma história envolvente que prende o leitor até as últimas páginas. O romance desenvolvido possui elementos interessantes como o ódio entre famílias, uma separação inicial causada por um motivo forte e não por uma terceira pessoa (mulher/homem) como geralmente acontece, sem falar no toque sensual e até certo ponto, cru, que ela dá ao envolvimento do casal protagonista. Cabe destacar que as cenas entre eles são definitivamente a "cereja do bolo".

A única coisa que pode ser que desagrade ao leitor que queira arriscar na leitura é o final. Como de costume (quem já leu A Carícia do vento e Amante Indócil sabe o que estou falando), a autora corre demais com as situações finais e fica aquele gostinho de "como assim, já acabou?", acredito que se tivesse um epílogo essa sensação teria menos peso depois das derradeiras últimas linhas. 

Confesso que essa "correria" da autora é algo que gosto e desgosto, é como uma "marca" da autora, sabe? Ela deixa para que o público imagine o que de fato deve ou não ter acontecido a partir do fim. Como não posso fazer nada em relação a isso, só posso me aficionar cada vez mais em suas histórias. Por fim, Os Donos da terra é recomendado a você que gosta de um romance simples, intenso, envolvente, com toques clichês e bem sensuais. Não desista no primeiro capítulo!

"Um céu de promessa, Um céu tao imponente, Este céu que leva a marca dos calders". (p.366)


24 junho 2016

O Vento me disse...#47 - Amante Indócil - Janet Dailey

21:36 18 Comments

Amante Indócil
Autora: Janet Dailey
N° de páginas: 268
Editora: Record
Ano: 1986
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Amante Indócil é uma história emocionante de Janet Dailey, uma das maiores autoras de best sellers em atividade. Diana Somers tinha sua própria maneira voluntariosa de conseguir o que queria. Quando seu casamento acaba por causa do ciúme do marido, ela volta para a casa do pai, uma estância no Meio-Oeste americano, assumindo a administração da propriedade. E lá conhece Holt Mallory, o homem que dirige a estância com mão de ferro... e Guy, seu filho, que fica fascinado por sua beleza.


Amante Indócil é um clássico da Janet Dailey que passados 30 anos de sua primeira publicação ainda desperta sensações que fazem com que uns amem e outros odeiem a sua história. Apesar de sua simplicidade ele até certo ponto é bem polêmico, por isso, para tentar explicar as minhas sensações sobre ele aviso que é bem provável que a resenha contenha spoilers. Mesmo assim te aconselho a ler pois você poderá tirar suas próprias conclusões do livro, que teve sua última publicação aqui no país pela Editora Record.

O livro conta à história de Diana, filha única de um fazendeiro viúvo que sempre teve tudo o que quis. Ela ver a sua vida mudar quando ainda adolescente o pai contrata um homem chamado Holt. O mesmo com o passar dos anos acaba ganhando cada vez mais a confiança do pai dela e por consequência vai ganhando mais  espaço na fazenda, isso acaba gerando um ressentimento muito grande nela. Acontece que quando o Holt chega com o seu filho, Guy, na fazenda ele acaba "tomando" responsabilidades que como filha ela gostaria de ter e Diana se vê obrigada a ser ou melhor, a agir apenas como uma garota. Assim, não podendo ajudar como gostaria na fazenda ela estuda, tira as maiores notas na escola e acaba fazendo faculdade. Lá ela conhece um homem, se casa e anos depois se separa. Com o peso de um casamento fracassado ela retorna à fazenda do pai e vai ser lá onde viverá momentos intensos que marcará a sua vida.

Diana, na fazenda, logo percebe que a admiração infantil que o Guy nutriu por ela quando criança se transformou em um amor venerado. Ela nunca se importou com ele, a verdade é que quando adolescente (ela com 14 anos e ele com 9 anos) só deu migalhas de atenção a ele com com um único proposito, afastá-lo do pai- já que o Guy e o Holt tinham uma relação complicada. Percebendo o erro que cometeu com ele no passado, com o divórcio e os boatos que surgiram logo após este e a veneração pura que o Guy tinha por ela, Diana acaba transando com ele. E eis a grande polêmica do livro, a mocinha tira a virgindade do filho do mocinho.

Por este "detalhe" se vê que o romance não é algo meloso e tão pouco é aquela coisa de livro mais hot onde chegamos ler coisas meio irreais. Não, o livro da Janet é mais cru, ela toca realmente em assuntos mais reais e "amorais". Foi assim em A Caricia do Vento onde a mocinha sequestrada se apaixona pelo sequestrador, foi assim em Amor em jogo que mostra uma mulher tentando se reerguer depois do marido a abandonar por uma mulher mais nova e com Amante Indócil não poderia ser diferente. 

É justamente por esse lado mais cru e "amoral" que o triângulo amoroso do livro não é dos moldes que estamos acostumados. A verdade é que nem existe esse triângulo já que logo após o envolvimento da protagonista com o filho do mesmo, ela não tem mais nada com ele. No entanto, é por esse motivo que muitos não gostam desse livro, eu mesma gostaria que as coisas entre a Diane e o Guy não tivessem chegado a esse ponto, mais pensando friamente, o antagonismo dela com o Holt se tornou bem mais intenso e por tanto mais excitante de se acompanhar, depois desse fato.

Uma coisa que não me agrada muito é a ênfase que a autora dá as descrições da caça ao cavalo que cerca à fazenda. Eu sei que isso possibilitou a aproximação dos protagonistas, mesmo assim é inevitável a sensação de que muitas coisas eram totalmente dispensáveis. Sobre os personagens, devo apontar que o mais complexo é o Holt, ele não teve um passado fácil (apesar de não sabermos muito já que a autora não entra em detalhes) e vemos o quanto é difícil para ele resistir a Diana, ainda mais sabendo o quanto o seu filho gosto dela. Falando na protagonista. apesar de ser um pouco mimada e voluntariosa, Diana percebe seus erros e com o passar do tempo e de situações difíceis ela vai aprendendo a ser uma pessoa melhor. Dos demais personagens o destaque vai só para o Guy (os demais personagens são bem decorativos) que apesar de ser ingênuo demais e de venerar a Diana de uma forma que o torna muitas vezes chato, é um bom personagem. 

Outra coisa que também não me agrada é o final do livro, a autora deixa uma situação em aberto que sinceramente foi uma decepção (me pergunto se a Janet sabe fazer final, pois olha, já li uns três livros dela que o final ficou "aberto"...aff). Quem já leu algum livro dela sabe do que estou falando.

Depois de todos esses pontos negativos vocês devem estar pensando que eu simplesmente odeio o livro, não é verdade? Eu gostaria, mais a verdade é que apesar de enxergar as falhas, eu gosto da maneira como a autora escreve e de como ela desenvolve, de forma conturbada, a história do Holt e da Diana. A química deles é intensa... existe paixão entre eles, os dois formam aquele tipo de casal que se gosta mais que odeiam se gostar. E é isso o que acontece comigo, eu AMO ODIAR ou simplesmente ODEIO AMAR esse livro. Ele pode ser simples, ter defeitos... mais sabe quando você lê um livro e apesar de tudo contra, gosta dele? Então, é isso o que acontece comigo com relação a Amante Indócil.

Por fim, por estes motivos esse será um dos livros que não indico (ainda assim espero ter despertado a sua curiosidade) e se mesmo assim você querer o ler poderá encontrá-lo em e-book ou então no Mercado Livre, afinal, por ser antigo já não produzem mais ele.

Leia e tire as suas próprias conclusões.

27 novembro 2015

O Vento me disse...#36 - Proposta Inconveniente- Patricia Cabot

22:38 18 Comments


Proposta Inconveniente
Autor (a): Patricia Cabot
N° de páginas: 350
Editora: Record
Ano: 2014
Skoob: aqui 

Apaixonada pelo capitão Connor Drake, Payton sonha em ser capitã de seu próprio navio. Ela cresceu desejando essa profissão exclusivamente masculina, mas agora deve abdicar disso tudon para conseguir um bom marido. O problema é que Connor só percebe seus sentimentos por Payton na véspera de seu casamento com outra. Quando o barco dos noivos parte rumo às Bahamas, ele é atacado e resta a Payton se infiltrar num navio pirata para salvar a vida do seu amado. A coragem une os dois, e o resgate pode gerar mais frutos do que ela imaginou


Estava a procura de um bom livro de romance que não tivesse grandes pretensões mais que mesmo assim me fizesse sentir aquela sensação de que a leitura apesar de simples, valeu a pena. O escolhido foi um de época, mais especificamente, Proposta Inconveniente da Patricia Cabot que foi lançado aqui no país pela Editora Record. Já adianto para você que me ler, o livro é maravilhoso na minha opinião; ele me fez lembrar o porquê os romances de banca me apaixonavam antes e me mostrou o porquê devo continuar investindo nesse tipo de leitura. O livro foi totalmente apaixonante, desde a maneira como a autora narrou à história aos próprios protagonistas. 

Para quem não leu ou ainda não viu nada sobre o mesmo, Proposta Inconveniente conta a história de Payton uma jovem mulher que apesar de estar na idade de casar só deseja uma coisa na vida, além do lindo senhor Drake, comandar o seu próprio navio. Este fato aparentemente não é um problema, afinal, desde que ela se entende de gente ajuda os irmãos mais velhos nas expedições pelo ocidente. Acontece que os seus irmãos e o seu pai acreditam que ela já chegou numa idade em que teria que deixar isso de lado e que a mesma deveria se dedicar apenas a conseguir um marido, como uma boa dama de sociedade deveria fazer nos séculos XVIII e XVI. 

O problema para Payton é que ela nunca viveu como uma dama "normal" da sociedade; com grandes influências das figuras masculinas que a cercavam, ela meio que se acostumou a agir como um menino- chegando até a se vestir como um, quando se encontrava em alto mar. Apesar disso, existia na Payton, uma gama de sensações bem femininas que exigiam para serem exploradas mais a fundo, e uma dessas sensações estava ligada diretamente ao Connor Drake, um amigo dos irmãos dela. O complicado é que aparentemente ele nunca a notou como mulher, sem falar que o mesmo estava de casamento marcado com outra mulher bem mais feminina e bonita do que ela. 

Por essa pequena introdução não sei se dá para você se decidir se vai ou não embarcar na leitura, por isso procurei alguns pontos, nas opiniões de outras blogueiras, que falavam bem- e pude notar vários elogios- e também observei as críticas negativas que poderiam te fazer desistir antes mesmo de começar a ler o livro. Dessas últimas, vou debater mais sobre a forma de narrar da autora, as atitudes de alguns personagens e as (várias) cenas de sexo no livro. 

Forma de narrar da autora: algumas pessoas criticaram à autora falando que ela acelerou algumas cenas e que por isso as situações se passavam bem rápido. Me desculpe quem pensou assim mas sinceramente, não consegui enxergar isso como um fator ruim e para mim não foi um problema, pelo contrário, acho que foi até bom pois o livro ganhou um ritmo que me deixou curiosa para saber o que ia acontecer a cada capitulo. É verdade que isso também se deu devido o uso de elementos considerados clichês, o que ao meu ver, também não foi um problema. Neste ponto eu faço uma ressalva, como podem esperar um enredo super elaborado sendo que a sinopse já mostra que a história é bem simples e que a própria autora (conhecida também como Meg Cabot, autora de livros super conhecidos voltados principalmente para os adolescentes ) sendo quem é, iria criar um enredo super original? Por favor, quem procura um livro assim aviso logo, procure outro, esse livro não tem essa finalidade.

Sobre as opiniões em relação as atitudes de alguns personagens: eu só posso concordar com os irmãos da Payton, eles tinham algumas atitudes que não condiziam em nada com as idades deles, às vezes, pareciam crianças que brigavam por qualquer besteira e em qualquer canto. Isso me incomodou um pouco, no entanto, eles não apareceram muito na trama então deu para relevar isso. Também li uma critica em relação à protagonista. Chegaram à afirmar que pela Payton estar descobrindo a sua feminilidade e sexualidade deveria ser mais recatada e tal e no entanto, ela se comportava de uma maneira libertina, como uma "profissional do sexo". Gente, como uma mulher que desde o início do livro mostra que não tem papas na língua, que fala palavras que não deveriam ser ditas por uma dama e que deseja manejar o seu próprio navio, vai ter vergonha ou vai ficar cheia de não me toques na hora de fazer sexo? A Payton é segura com o seu físico, ela sabe o que quer e isso foi uma das coisas que mais gostei nela e no livro. Ela podia até ser teimosa- o que até causou algumas confusões- mais ser libertina? Não acho.

E por último, as cenas de sexo: confesso que não esperava que o livro tivesse tantas, no entanto, isso não me desagradou, pelo contrário, eu achei as cenas maravilhosas, com certeza são os pontos fortes no livro. Não achei nada vulgar, foi mais para o sensual do que o sexual. Para quem já leu sabe do que estou falando; o sexo é uma coisa bem importante na história da Payton e do Drake, mas não é a história em si. Por isso fica o alerta, se você não gosta de livros que tenham a história um pouco mais apimentada, pode ser que Proposta Inconveniente não seja sua melhor opção.

Por fim, eu só posso convidar você que me ler a tirar suas próprias conclusões com relação à obra da Patricia Cabot. Que para mim foi uma leitura despretensiosa, super agradável, encantadora e que com certeza vou lembrar com carinho e um sorriso bobo no rosto. hehe Espero que se você decidir ler, possa gostar também e quem sabe recomende a leitura à outras pessoas que gostam de livros de época ou até mesmo aquelas que não gostam. Eu só sei que essa pessoa que vos escreve recomenda e muitoooo. :)

Até a próxima!!!



01 junho 2015

O Vento me disse...#17 - Amor nas Entrelinhas - Katie Fforde

13:23 21 Comments



Livro: Amor nas Entrelinhas
Autor (a): Katie Fforde
Número de páginas: 256
Editora: Redord
Ano: 2014
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Amor nas Entrelinhas - Prestes a ficar desempregada, Laura Horsley acha que o convite para ajudar na organização de um festival literário veio bem a calhar. Mas quando recebe a missão de convencer o famoso escritor Dermot Flynn a comparecer ao evento, ela é dominada pelo pânico. Dermot é temperamental, nunca sai de casa e enfrenta um bloqueio criativo. É também o escritor favorito de Laura, além de extremamente atraente e dono de uma longa lista de conquistas amorosas. Por isso, não é de surpreender quando ele diz que só vai participar do festival se ela concordar com uma única condição, que pode colocar em risco não só o sucesso do evento, mas também o coração de Laura.


Amor nas Entrelinhas é um chick lit lançado pela Editora Redord em 2014 e foi o primeiro livro que li da autora Katie Fforde. Devo confessar que a capa e a sinopse foram os motivos principais que me influenciaram para que arriscasse na leitura.

O livro conta a história de Laura Horsley, uma mulher inglesa que prestes a perder o emprego- já que a livraria independente onde trabalha vai fechar as portas - recebe um convite para organizar um festival literário. Sua primeira grande missão para a organização deste festival é conseguir convencer o autor Dermot  Flynn, que mora na Irlanda, a participar do evento.

Tudo poderia ser simples, entretanto, não é bem assim. Dermot é um dos autores vivos mais importantes da Irlanda e que nunca participa desses eventos fora da cidade que ele vive, sem falar que ele é bem temperamental e sofre um bloqueio criativo- onde as únicas pessoas que sabem disso é a sua agente literária, Eleanora e posteriormente a própria Laura- há quinze anos.

Só com este pedacinho dá para se ter uma ideia (mesmo que levemente) do que encontramos no livro da Katie. O que mais me agradou na leitura foram os personagens principais, a Laura, por exemplo, é uma mulher que ama e conhece muitos livros, é ingênua (mais que sabe o que quer), não tem muitos amigos e tem uma insegurança (que me incomodou ás vezes, é verdade) mais que aos poucos vai tratando de deixá-la de lado. Já o Dermot é maravilhoso em todos os momentos em que aparece na trama (perto do final então??? Ganhou muitos pontos comigo...kkk). Também existe outros personagens como o chefe da nossa protagonista- o Henry, e os seus amigos- o Grant e a Mônica, que são pessoas que gostam bastante da Laura. 

Outra coisa que gostei na trama foi o fato de que pude entender um pouco como são os bastidores desses eventos literários, desde a questão das escolhas das atrações, das reuniões, da importância do patrocínio e dos anseios dos organizadores para que tudo seja um sucesso

Apesar desses pontos que super me agradaram devo falar que uma coisa me incomodou bastante. Acredito que o livro poderia ter sido mais editado (lembro da Laura falando isso sobre alguns livros que ela leu...kkkk), tinha muitos diálogos que poderia ser retirado e não faria falta. Isso acabou comprometendo um pouco o ritmo da trama que é narrada sobre a perspectiva da protagonista. Fora isso, estou contente com o livro e o indico para aquelas pessoas que gostam de romance e que tenham interesse em conhecer mais sobre o ambiente literário.
"... - Não. Você fez algo importante demais.- O quê? O que poderia ser mais importante que fama e fortuna?- perguntou Laura com leveza, mas realmente não sabia do que ele estava falando. - Como eu já disse antes, você me curou do meu bloqueio. Quando entrou na minha vida eu andava de saco cheio, cínico e você... Bem, você me mostrou que ainda existem coisas doces e puras...".