Baía da Esperança
Autora: Jojo Moyes
Liza nunca conseguiu fugir do passado. Mas nas praias paradisíacas da encantadora comunidade de Silver Bay ela ao menos encontrou a liberdade e a segurança que procurava se não para ela, para sua filha pequena, Hannah, até que Mike Dormer se hospeda no hotel que Liza administra com a tia.Um perfeito cavalheiro inglês, com roupas elegantes e olhar sério, Mike pode significar o fim de tudo que Liza trabalhou arduamente para proteger: não apenas o negócio da família e o lugar que tanto gosta, mas principalmente a convicção de que ela nunca amaria nem seria digna de amor outra vez.
Jojo Moyes é a autora de Como eu era antes de você, um dos meus livros favoritos, por causa disso decidi conhecer mais dos seus livros e há pouco tive a oportunidade de ler Baía da Esperança (versão 2015 da Intrínseca). No geral, posso adiantar que apesar de não ter me agradado tanto, o enredo foi muito bem escrito. Mais vamos ao que interessa.
A trama acontece em Silver Bay, litoral australiano. Lá vive três gerações de mulheres: Kathleen - uma senhora dona de um antigo hotel, Liza - uma mulher que já passou por situações bem complicadas, e Hannah - uma garotinha que é filha da Liza. As três vivem no pequeno hotel Baía da Esperança e veem as suas vidas mudarem quando um misterioso inglês se hospeda no local.
Mike Dormer saiu da Inglaterra com o objetivo de analisar a região de Silver Bay para a construção de um hotel de luxo. Inicialmente, ele só pensava no lucro e no crescimento profissional, contudo, a partir do momento em que ele conhece os moradores (especialmente a Liza) as coisas mudam de perspectivas. Ninguém sabe os verdadeiros motivos dele e a medida que ele tenta reverter a situação às coisas acabam se complicando.
Confesso que alguns pontos fizeram com que essa trama fosse inferior ao outro livro que já li da autora - como eu era antes de você. Entre eles, o excesso inicial de descrições de locais e tudo que envolve o mundo da pesca/mar e o fato da obra ser narrada de forma intercalada por vários personagens (não só os protagonistas). É bem verdade que cada início de capítulo vem com o nome do personagem e a trama é narrada em primeira pessoa (o que ajuda bastante nesse tipo de narrativa), mais confesso que tive que voltar algumas vezes para saber quem estava narrando e sinceramente? achei bem maçante.
Sobre a história ela realmente demora a engrenar, comecei a gostar mesmo a partir do momento em que o romance entre a Liza e o Mike acontece e um segredo que rodeia a protagonista é revelado/explorado (apesar de achar o desfecho bem clichê). Foi nesse momento que passei a ter um pouco mais de conexão com a personagem, aliás, devo apontar que isso foi algo que afetou a maneira como encarei a leitura, poucos personagens me conquistaram de cara.
Apesar desses fatos é curioso ver como a autora já dava sinais que seria uma grande escritora (Baía da Esperança foi um dos primeiros livros que ela escreveu). A maneira como ela escreve realmente nos transporta para aquele cena, sentimos cada momento de felicidade, de angústia e de tristeza.
Por fim, mesmo o livro não sendo um dos melhores da autora, ela nos brinda com uma história com toques de romance e de drama que realmente entretém o leitor. Além do mais, é interessante ver o quanto a autora evoluiu durante os anos. Por isso, indico a leitura para aqueles que já conhecem a escrita da Jojo Moyes e para aqueles leitores que procuram um livro para ler sem grandes expectativas.
Observe o mar por tempo suficiente, seus humores e suas exaltações, suas belezas e seus terrores, e você terá todas as histórias de que precisa, de amor e perigo e daquilo que a vida nos traz em suas redes. E do fato de que às vezes não somos nós que estamos no leme, e não podemos fazer mais do que confiar em que tudo vai dar certo.